Prefeito e deputado são contra a instalação de novos pedágios no momento

Política
Prefeito e deputado são contra a instalação de novos pedágios no momento 23 fevereiro 2016

A notícia da instalação de 25 novas praças de pedágio no estado de São Paulo, sendo quatro em estradas da região, causou indignação da população, que debateu duramente a ideia do governo paulista. Prefeitos e entidades também tomaram posicionamentos e contrários.

A notícia publicada pelo Acontece Botucatu na noite do último domingo, 21, repercutindo informações do Jornal Folha de São Paulo, fomentou um amplo debate nas redes sociais sobre a intenção do governo Geraldo Alckmin.

Os moradores de Botucatu serão afetados com o novo anúncio do governo paulista. A praça botucatuense será no quilômetro 160 da rodovia Geraldo Pereira de Barros, a SP-191, que liga Botucatu a região de Piracicaba.

 As outras serão construídas na SP-255, Rodovia João Melão, no quilômetro 228, entre Pratânia e Avaré e no quilômetro 167, no trecho entre Barra Bonita e Jaú. A última ficará em Santa Maria da Serra, ou seja, o motorista que for de Botucatu para Piracicaba pagará duas tarifas durante o percurso. Essa cobrança ficará no quilômetro 218 da rodovia Geraldo Pereira de Barros, entre os municípios de Santa Maria e São Pedro. Ainda não há previsão de valores.

Tamanha repercussão movimentou as forças política da cidade. O Acontece Botucatu fez contato com o Prefeito João Cury Neto (PSDB) e também procurou ouvir o Deputado Estadual Fernando Cury. Ambos se mostraram temerosos quanto à instalação das novas praças de pedágio, especialmente as que cercam a região de Botucatu. Confira na integra as notas oficiais.

João Cury – Prefeito de Botucatu

"A grave crise que assola o país tem atingido severamente os municípios. A arrecadação está em queda, as empresas enfrentam dificuldades enormes para manter suas atividades e o trabalhador vê a cada dia seu poder de compra diminuir.

O momento é delicado para falar em novas cobranças. Por isso, entendo que a conjuntura atual não favorece a criação de novas praças de pedágio. Temo que uma medida como essa possa aprofundar ainda mais o quadro de retração da atividade econômica que assola a nossa região.

É necessário que se amplie a discussão em torno dessa proposta. Acho importante saber o valor e os investimentos que serão executados, que obras serão priorizadas, qual o cronograma de execução, qual o número de acidentes e mortes nas rodovias afetadas e qual o valor da tarifa a ser cobrado.

Existem outras situações que podem e merecem ser discutidas, mas essas considero fundamentais para enriquecer o debate e esclarecer com honestidade a população. É inegável que as rodovias concessionadas oferecem melhores condições e são mais seguras. Mas é preciso levar em conta o momento crítico de nossa economia. O contribuinte já não enxerga mais furo para apertar o cinto".

Fernando Cury – Deputado estadual

A princípio sou contrário a implantação das novas praças de pedágio anunciada pelo Governo do Estado, principalmente diante do atual momento de crise econômica que o Brasil atravessa. Além disso, há o risco de os trabalhadores perderem seus empregos, já que as empresas também serão afetadas por essa nova despesa.

Não apenas como cidadão, mas também como deputado estadual, não estou de braços cruzados. Pelo contrário, estou solicitando três importantes reuniões para debater essa situação:

Vou me reunir com o Bloco Parlamentar da Assembleia Legislativa, composto por 10 partidos e 25 deputados, para que possamos ter mais força nessa discussão sobre os pedágios, inclusive com a participação de parlamentares que representam outras regiões que também terão praças incluídas.

Também solicitei uma reunião na ARTESP, a Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo, para buscar mais informações a respeito desse contrato. Quero saber quais seriam os valores dessas tarifas, quais investimentos seriam feitos, as prioridades estabelecidas e qual seria o cronograma de obras.

Além disso, estou solicitando uma audiência com o governador Geraldo Alckmin e com a Casa Civil, para entender melhor essa questão. É claro que entendo que nossas estradas necessitam de investimentos e melhorias, porém é necessário discutirmos e entendermos a melhor forma disso ser feito.

 

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