Vigilância Ambiental alerta sobre o caramujo africano

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Vigilância Ambiental alerta sobre o caramujo africano 25 janeiro 2015

Embora não tenha havido nenhum caso de relevância em Botucatu a equipe da Vigilância Ambiental em Saúde (VAS), vinculada à Secretaria Municipal de Saúde, alerta à população sobre os perigos que o caramujo gigante africano pode causar à saúde e realiza um trabalho de prevenção e orientação.

No período de chuvas sua reprodução é acelerada, o que aumenta as chances de contágio de doenças pelo ser humano. Ano passado vários criadouros foram localizados no Município e ao contrário de outras cidades nenhuma doença provocada pelo contato com o molusco foi detectada em Botucatu.

De acordo com Rodrigo Iais coordenador da Vigilância Ambiental em Saúde, que faz um trabalho preventivo sobre os caramujos que se espalham por todos os lugares e em alguns municípios já se tornaram verdadeiras pragas urbanas, na época de estiagem eles são pouco vistos e apenas casos esporádicos são atendidos. Porém, na estação das chuvas aparecem com muito mais freqüência e em grande número.

 “Como não tem predadores naturais o caramujo africano pode se proliferar e procuramos evitar o uso de produtos químicos (veneno), pois podem matar também, caramujos nativos, além de outros animais e até poluir os rios. Por isso o trabalho é feito com muito critério e cuidado.  Os (caramujos) capturados têm que ser incinerados”, coloca Iais.  Qualquer dúvida a pessoa deve entrar em contato como a Vigilância Ambiental em Saúde de Botucatu  na Rua Major Matheus, nº 07 – Vila dos Lavradores, ou pelos telefones 3813-5055 ou 150.

Esse caramujo gigante africano é um molusco nativo do nordeste da África. Possui alta capacidade reprodutiva (coloca até 1600 ovos por ano) e apetite voraz, alimentando-se de frutas, verduras, hortaliças, papelão, plástico e até mesmo tinta de parede. Além disso, não possui predador natural, o que favoreceu sua rápida proliferação por 23 estados brasileiros, sendo atualmente considerada uma praga urbana. Embora pareçam inofensivos trazem perigo eminente à saúde pública, podendo atingir 15 a 20 cm de altura, 10 a 12 cm de comprimento e pesar 200 gramas.

É um hospedeiro intermediário de dois vermes que podem causar distintas doenças. Uma é a angiostrongilíase abdominal, que provoca fortes dores abdominais, febre, perda do apetite e vômitos, podendo culminar com a perfuração do intestino, hemorragias e em alguns casos, levar à morte. A outra doença é a meningite eosinofílica, que ocorre quando o verme se aloja no sistema nervoso central do paciente, provocando a inflamação das meninges (membranas que recobrem o cérebro). Tem como sintomas dor de cabeça forte e constante, rigidez da nuca e distúrbios do sistema nervoso.

Os vermes podem ocorrer tanto no interior dos caramujos, quanto no muco que eles secretam para se locomover. Por isso a pessoa não deve pegar o caramujo sem proteger as mãos com luvas ou sacos plásticos; higienizar frutas, verduras e hortaliças antes de ingeri-las; não comer, não beber, não fumar e não levar a mão à boca durante o manuseio do caramujo e conservar quintais e terrenos limpos, pois os caramujos africanos gostam de ficar embaixo de folhas, de entulhos, em lugares úmidos ou sem incidência de luz solar.

A introdução do molusco aconteceu em 1996 quando alguns produtores goianos tentaram a formação de uma cooperativa para criação de escargot, no entanto, não obtiveram êxito. O insucesso comercial provocou desistência na criação e a soltura inadequada do molusco no meio ambiente, facilitando sua disseminação.

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