Pequenos negócios de São Paulo registram alta no faturamento e saldo positivo de empregos

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Pequenos negócios de São Paulo registram alta no faturamento e saldo positivo de empregos 28 outubro 2017

As micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas registraram aumento de 5,8% no faturamento real (já descontada a inflação) do primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2016, segundo a pesquisa mensal do Sebrae-SP, Indicadores. A receita total acumulada de janeiro a junho foi de R$ 304,8 bilhões. Já no mês mais recente analisado – junho de 2017 ­– a receita das MPEs cresceu 11,1% sobre junho de 2016 e atingiu R$ 53,1 bilhões.

Outras boas notícias dizem respeito aos empregos. Na comparação de junho de 2016 com junho de 2017, o pessoal ocupado aumentou 2,3%, o que representa cerca de 169 mil postos de trabalho. Dado inédito do levantamento mostra que a maioria, ou 78,2%, dos proprietários de MPEs afirmou acreditar na manutenção do quadro de funcionários de agosto a outubro. A parcela dos que esperam, em igual intervalo, crescimento no número de empregados é de 6,9%, superior ao grupo dos que aguardam redução nesse quesito, de 4,7%. Já 10,3% não sabem dizer o que vai ocorrer com o número de funcionários da empresa. O saldo líquido, portanto, indica criação de empregos nas MPEs até este mês.

Entre os fatores que contribuíram para a elevação do faturamento no primeiro semestre está a inflação sob controle, que preservou o poder de compra das famílias. Também pode ter influenciado no resultado a liberação de recursos das contas inativas do FGTS, que injetou dinheiro na economia a partir de março deste ano. Outro fator a ser considerado é a base fraca de comparação, já que o resultado ruim do primeiro semestre de 2016 favoreceu o crescimento de receita registrado nos primeiros seis meses deste ano.

“O cenário atual é de recuperação da economia brasileira e os pequenos negócios têm acompanhado a melhora; junho configura o quarto mês consecutivo de aumento real no faturamento em relação ao mesmo mês do ano anterior”, afirma o presidente do Sebrae-SP, Paulo Skaf. “Os dados são animadores porque mostram o Brasil voltando ao rumo certo e a retomada já começa a aparecer na criação de postos de trabalho nas micro e pequenas empresas”, conclui.

Por setores, no primeiro semestre, os serviços tiveram alta de 8% no faturamento e o comércio apresentou aumento de 7,1%. Já a indústria registrou queda de 5,7% na receita. Mas, quando o mês de junho é comparado apenas com junho de 2016, o faturamento da indústria cresceu 3,4%; foi o segundo mês seguido com resultado positivo para as MPEs da indústria após 25 quedas seguidas. O faturamento dos serviços ficou 13,1% maior e o do comércio apresentou elevação de 11,5%.

Por regiões, o faturamento das MPEs registrado nos primeiros seis meses deste ano ante o mesmo período de 2016 foi o seguinte: +8,1% no município de São Paulo; +6,7% na região metropolitana de São Paulo; +4,8% no interior. Apenas o Grande ABC foi em sentido contrário e apresentou queda de 12%.

Além do crescimento de 2,3% no pessoal ocupado nas MPEs paulistas em junho deste ano ante igual mês de 2016, também houve aumento de 5,9% no rendimento dos empregados dessas empresas na mesma comparação. A folha de salários também registrou alta em junho: 13% sobre igual mês de 2016.

“A conjuntura econômica melhora e com ela vêm o aumento dos ganhos das micro e pequenas empresas. Dessa forma, a perspectiva dos empreendedores se torna mais positiva e eles se sentem mais confiantes para contratar e suprir a necessidade de mão de obra”, diz o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano.

Microempreendedor Individual

O primeiro semestre de 2017 não foi animador para o Microempreendedor Individual (MEI): o faturamento caiu 4% em relação aos primeiros seis meses de 2016. A receita total foi de R$ 21,4 bilhões, ou R$ 897 milhões a menos do que em igual período do ano passado.

Os MEIs da indústria obtiveram o melhor resultado, na análise por setores, com crescimento de 5,7% no faturamento no primeiro semestre. Os MEIs do comércio registraram queda de 10% na receita; já os de serviços viram a receita diminuir 3,2% nos seis primeiros meses deste ano ante igual intervalo de 2016.

Por regiões, na comparação dos primeiros semestres de 2017 e 2016, houve recuo de 5,1% do faturamento dos MEIs da região metropolitana de São Paulo e queda de 2,8% dos MEIs que atuam no interior.

Especificamente em junho deste ano, os MEIs do Estado de São Paulo apresentaram queda de 5,9% no faturamento, no confronto com junho de 2016. Foi a 23ª queda consecutiva em um mês, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, porém, desde fevereiro, o ritmo de queda tem sido menor do que o ocorrido em 2016.

Expectativas

Para os próximos seis meses, em julho deste ano, 52% dos donos de MPEs disseram esperar manutenção do faturamento da empresa. A parcela dos que falam em melhora passou de 28% um ano antes para 32%; já os que não sabem como a receita evoluirá eram 6% em julho de 2016 e agora são 11%. Sobre a economia brasileira, 47% acreditam em estabilidade para os próximos seis meses e 27% têm expectativa de aumento no nível de atividade. Contudo, o nível de incerteza em relação ao comportamento da economia avançou de 6% em julho de 2016 para 12% em igual mês deste ano.

Entre os MEIs, 48% disseram em julho esperar melhora no faturamento, mesmo patamar de julho de 2016. Já 42% aguardam estabilidade (em julho de 2016 eram 43%) e 7% creem em redução nesse aspecto. Quanto à economia do país, 44% dos MEIs falam em estabilidade ante 41% que tinham esa opinião um ano antes. Outros 34% acreditam em melhora – eram 39% em julho do ano passado. O grupo dos que falam em piora manteve-se em 16%.

A pesquisa
A pesquisa Indicadores Sebrae-SP foi realizada com apoio da Fundação Seade. Foram entrevistados 1,7 mil proprietários de MPEs e 1 mil MEIs do Estado de São Paulo durante o mês de referência. No levantamento, as MPEs são definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento bruto anual até R$ 3,6 milhões. Os MEIs são definidos como os empreendedores registrados sob essa figura jurídica, conforme atividades permitidas pela Lei 128/2008. Os dados reais apresentados foram deflacionados pelo INPC-IBGE.

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