Especialistas apontam pena intermediária para o caso Bruno

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Especialistas apontam pena intermediária para o caso Bruno 05 março 2013

Especialistas que acompanham o julgamento de Bruno Fernandes de Souza, ex-goleiro do Flamengo, sentado no banco dos réus do Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), acusado de por crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado de sua ex-amante Eliza Samudio, deverá receber uma pena intermediária. Ou seja, não pegará a pena mínima (12 anos), mas também não chegará a pena máxima (41 anos). Estima-se uma pena de entre 20 a 30 anos de reclusão.

A pena poderá ser abrandada caso aconteça a confissão espontânea do acusado quando for interrogado pela juíza Marixa Fabiane, nas próximas horas, o momento mais aguardado do julgamento. Independente da pena a legislação determina que, para ter direito ? progressão da pena para o regime semiaberto (trabalha de dia, mas dorme no presídio), o atleta deve cumprir 40% da pena em regime fechado. Também são levados em conta questões como bom comportamento do detento e avaliações psicológicas.

Caso receba a menor pena, de 14 anos, seriam necessários 5 anos e 7 meses no presídio. Como Bruno está preso desde julho de 2010, o período seria abatido do tempo total, tornando possíveis as saídas diárias da prisão daqui a cerca de três anos. Caso seja condenado ? pena máxima, porém, Bruno teria que cumprir ainda 13 anos no regime fechado para ter direito ? progressão da pena.

Também ré no julgamento desta semana, a ex-mulher de Bruno, Dayanne Souza, é acusada dos crimes de sequestro e cárcere privado. Caso seja condenada, poderia pegar penas que variam de 2 a 5 anos de reclusão. Mesmo recebendo pena máxima, Dayanne poderia cumpri-la em regime inicial semiaberto. Caso a pena seja inferior a 4 anos, seria revertida a medidas alternativas, como o pagamento de cestas básicas ou prestação de serviços ? comunidade.

{n}O caso Bruno{/n}

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou ? polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram ? polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime.

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão.

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado.

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo. O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. O julgamento de Bruno e de Dayane Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi remarcado para 4 de março de 2013. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013.

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