Em votação secreta Henrique Alves é eleito presidente da Câmara

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Em votação secreta Henrique Alves é eleito presidente da Câmara 04 fevereiro 2013

Definitivamente o PMDB passa ser o partido mais importante do cenário político nacional. Na sexta-feira (1º de fevereiro) Renan Calheiros foi eleito presidente do Senado da República e na tarde desta segunda-feira (4) Henrique Eduardo Alves (RN), elegeu-se presidente da Casa.

Em votação secreta o peemedebista obteve 271 votos, enquanto o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) recebeu 165, Rose de Freitas (PMDB-ES), 47 e Chico Alencar (PSOL-RJ), 11. Foram três votos em branco. Participaram da votação eletrônica 497 dos 513 deputados. Para se eleger em primeiro turno, eram necessários pelo menos 249 votos.

Com mais esse conquista Alves que tem 11 mandatos consecutivos e 42 anos de Câmara, dividirá com o colega de partido Renan Calheiros (AL), presidente do Senado, o comando da pauta de votações do Congresso Nacional pelos próximos dois anos. O PMDB também tem a vice-presidência da República com Michel Temer, cinco ministérios e centenas de cargos em comissão em diferentes estatais do Brasil.

Em seu discurso, Henrique Eduardo Alves atribuiu ao “fogo amigo” as denúncias de corrupção que surgiram contra ele. Nesta segunda-feira, os deputados encontraram em seus gabinetes uma publicação com cópias de reportagens de supostas irregularidades cometidas por Alves no exercício do mandato e até as suspeitas de enriquecimento ilícito. Ele classificou a publicação apócrifa de “pequena”, “mesquinha” e de um “comportamento sem cara, sem rosto, clandestino e subterrâneo”. Disse ainda que “as labaredas desse fogo amigo não resistem ? s chuvas de verão”.

O deputado afirmou que no último mês quiseram construir um novo Henrique com a publicação das reportagens. “No mês eleitoral, quiseram rediscutir o Henrique, quiseram refazer o Henrique, construir outro Henrique”, disse. Alves disse que as denúncias não chamuscam o alicerce que construiu em sua vida e defendeu a liberdade de imprensa.

{n}Alvo preferencial{/n}

O presidente eleito foi o alvo preferencial dos outros três candidatos. Logo após o pronunciamento do peemedebista, o deputado Júlio Delgado fez um duro discurso em que rebateu todos os pontos da fala do favorito. De improviso, Júlio Delgado disse que “chegou a hora da mudança, de vencer as práticas políticas que envergonham o Parlamento e vencer a politicagem na Casa Legislativa”.

Intitulando-se o primeiro a se lançar contra a “candidatura única”, o deputado do PSB lembrou que a ausência de disputa não permite o debate, a essência do parlamento. Júlio Delgado criticou inicialmente a proposta de Henrique Eduardo Alves de aprovar o orçamento impositivo. O deputado do PSB lembrou que essa é uma ideia que já se tentou viabilizar no passado sem sucesso. A proposta que considera mais factível, ressaltou, seria a de um contingenciamento parcial do orçamento, de uma forma que não atingisse todos os recursos das emendas parlamentares.

Primeira candidata a discursar, a deputada Rose de Freitas defendeu maior independência do Parlamento em relação ao Executivo. Ela acusou o Executivo “não respeitar o povo brasileiro”, por meio dos seus representantes na Câmara, cobrou a aprovação de um orçamento impositivo. “O Poder Executivo não respeita o povo brasileiro. Nunca vi querer um parlamento forte, somos da base do governo, trabalhamos, queremos que se fortaleça”, disse a deputada capixaba, que anteriormente elogiou a presidente Dilma Rousseff.

A atual vice-presidente da Câmara disse que não quer a Casa dependendo de “pires, de favor”. Num discurso voltado para o público interno, Rose de Freitas cobrou a aprovação do orçamento impositivo, ressaltando que essa ideia não é “metáfora de campanha”. Ela disse ter apresentado a proposta 18 vezes na Câmara, tendo sido todas elas derrubadas.

Último a falar da tribuna antes da votação, o deputado Chico Alencar criticou a hegemonia do PMDB no Legislativo. Ele afirmou que o comando das duas Casas, Senado e Câmara, nas mãos do partido dificulta o exercício da função fiscalizadora do Congresso. “É um perigo para a democracia brasileira”, disse. Segundo ele, isso fará com que o “oficialismo predomine” e o Legislativo renuncie ? fiscalização.

Alencar chegou a dar uma estocada em Henrique Eduardo Alves, ao defender o projeto em tramitação na Casa que proíbe o parlamentar de destinar recursos de emendas ao Orçamento da União para empresas de assessores. Uma das denúncias que pesam contra Alves é por suposto favorecimento a empresa de engenharia de seu assessor, que deixou o cargo após a publicação de reportagem sobre o assunto.

Fonte: MSB Brasil
Foto: Divulgação

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