QUE BRASIL É ESTE ONDE VIVEMOS?

Rubens Almeida
QUE BRASIL É ESTE ONDE VIVEMOS? 09 agosto 2018

Eta “nóis”! Que país é este onde sua gente sequer entende – ou tem alcance para entender – sobre seu rumo, seu “dia a dia”? Que Brasil é este onde ninguém entende ninguém e, o mais difícil ainda, em que nenhum de nós, brasileiros, tem a noção de um pouquinho (um pouquinho só) do muito que vem ocorrendo nos bastidores da política nacional, já há alguns anos?

Você caro amigo que está me fazendo companhia neste repúdio, aliás, um desabafo de um cidadão que há meio século presta serviços ao público do Estado mais importante deste rico país (graças a Deus, com muita dedicação, mesmo não estando APOSENTADO), peço mil desculpas por lhe fazer perder o seu tempo lendo este meu relato que, quero deixar registrado, não é direcionado tão somente à classe política e sim, à todas as instâncias que tem “poder de voz” neste Brasil Brasileiro.

Meu Deus, o que explica esse “vai e vem” no órgão máximo da Justiça Brasileira, o Superior Tribunal Federal, libertando tantos e tantos cidadãos que lesaram os cofres públicos? É uma vergonha o que circula nas redes sociais denegrindo a imagem de juízes do Supremo Tribunal Federal, que, a meu ver, deveriam dar bons exemplos aos Meritíssimos que fazem parte de todas as Comarcas (não são poucos hein!).

E esse “apelo” que vemos cotidianamente em todas as redes sociais e em alguns veículos de comunicação, de cidadãos aparentemente saudáveis, pensantes, alguns deles muito “influentes” defendendo publicamente a libertação de um senhor que foi nosso Presidente da República, por oito anos, e foi julgado por má conduta pela mais alta cúpula da Justiça brasileira, numa investigação que já está rolando por vários anos, e que levou muita “gente fina” para trás das grades.

E esse futebol brasileiro que sempre foi a alegria da nossa gente, por que não está virando mais? Por que, de uns anos para cá (desde a fatídica Copa realizada aqui no nosso país), não somos mais respeitados pelos adversários (a Bélgica que o diga!). Saudades, muitas saudades dos tempos do nosso Edson Arantes do Nascimento, o Rei PELÉ. Naquela época, até as maiores potências esportivas do mundo nos temiam e nos reverenciavam. Hoje os nossos jogadores parecem artistas de novela, pois entram em campo todinho perfumados, com brincos de ouro e com os cabelos bem feitos. Por sinal, deixo uma pergunta no ar para os amigos sócios da ASU: quem de vocês teve, um dia, a ousadia de saber quanto ganha um simples jogador de um grande clube brasileiro? Coisa de louco!

Nada de Neymar, e outras preciosidades desse “mundo da bola” que tira o sono de muita gente quando o seu time do coração perde? Neste caso acho que a vergonha é ainda maior, afinal, o salário mínimo do país não chega a mil reais e tem jogador que ganha até 200 salários mínimos por mês. Meu Deus, isso é um absurdo!

Evidentemente que as sentenças determinadas em função da operação LAVA JATO, inclusive a que mandou o Ex-Presidente LULA e alguns dos seus “aliados” para a cadeia e as lambanças cometidas por dois ou três Juízes do STF merecem um repúdio muito mais forte da sociedade brasileira, porém, na minha modesta visão, no futebol brasileiro existe um foco maldito, uma doença que, se não for tratada rapidamente, trará muita desgraça ao povo brasileiro. Atenção, brasileiros e brasileiras: aqui “mora o perigo”.

Quero dizer também que não tenho nada contra os jogadores profissionais, categoria que, não temos como negar, caiu nas graças da população brasileira, há décadas, até porque já contribuí para que muitos jovens botucatuenses se tornassem jogadores do futebol profissional, no entanto, como torcedor e, principalmente, como cristão, tenho as minhas precauções; aliás, não vejo nenhuma atitude desses trabalhadores que são maravilhosamente bem remunerados em todos os cantos deste Brasil sofrido e injusto socialmente, com grande parte da sua gente clamando por um mundo melhor e mais fraterno para todos, ou melhor, encabeçando uma campanha que venha amenizar a dor de alguns dos nossos irmãos.

“Bão”, agora preciso falar um pouco da nossa família; da nossa casa; da “morada” onde me “hospedo” prazerosamente, há quase cinquenta anos: a nossa UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA ‘JÚLIO DE MESQUITA FILHO’, a querida UNESP. Meus amigos e amigas, confesso que em toda a minha trajetória aqui nesta brilhante Instituição de Ensino Universitário que é “dona” de um dos maiores e mais modernos hospitais universitários do país, onde comecei a minha carreira de trabalhador como SERVENTE (função que tinha como atividades principais diárias, limpar banheiros e faxinar as salas dos poucos mais de quarenta docentes existentes no quadro da saudosa FCMBB – Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu) e, com as graças de Deus, além de ter chegado a assessorar o nobre Reitor Professor Doutor José Carlos Souza Trindade, por quatro anos, ainda ocupei todos os cargos de lideranças, jamais me senti tão injustiçado profissionalmente.

Nunca na minha labuta profissional me deparei com um quadro de DESVALORIZAÇÃO PROFISSIONAL do tamanho que “nóis”, funcionários da UNESP, estamos enfrentando. Com uma dor aguda no coração tenho que mostrar à sociedade que os trabalhadores da UNESP veem à sua frente, uma triste realidade: está caminhando para quatro anos que o nosso salário não sofre qualquer tipo de reajuste; veja bem, não estou falando de AUMENTO SALARIAL. Isso é ou não uma VERGONHA NACIONAL? Infelizmente tenho que “carregar pedras” nas horas de folga fazendo e comercializando pickles e molho de pimenta para deixar a casa em ordem. Daí, meus irmãos, a minha indignação que, inclusive utilizei como título deste texto: QUE BRASIL É ESTE ONDE VIVEMOS!

Por fim, já que o assunto é a nossa “casa”, aproveito a oportunidade para convidar todos a virem conhecer o nosso dia a dia, nas quatro Casas de Apoio da FAMESP e do Hospital das Clínicas que, eu e a colega Assistente Social do HC Solange de Morais, administramos com muito carinho. Quis Deus que doze anos atrás tivéssemos a felicidade de sentir o desespero que muita gente enfrentava quando algum familiar vinha a Botucatu, na esperança de recuperar a saúde no nosso hospital, e não tinha onde ficar. Hoje, com as graças DELE e o esforço de muita gente, muito especialmente do atual Diretor da Faculdade de Medicina Professor Pasqual Barretti, acolhemos pessoas de um “montão” de cidades brasileiras. Glória!

Rubens de Almeida – Alemão

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