Quis Deus que um dia (desses que só a força DELE pode dar suporte para continuarmos a ir em frente) eu me deparasse com um senhor da cidade de Paraguaçu Paulista (lamento por não me lembrar do seu nome) que estava deitado embaixo de uma das muitas árvores existentes dentro do campus Universitário da UNESP, sentindo-se muito mal.
Claro que de imediato busquei ajudá-lo, no entanto, sua esposa (uma senhora também idosa) me disse que aquele ‘mal estar’ era passageiro, pois todo dia após as aplicações que ele recebia o quadro era o mesmo. Muito enjôo e depois de alguns minutos tudo voltava ao normal.
Fiquei muitíssimo indignado com tudo o que acabava de presenciar, até porque, achava aquilo um abuso. Mesmo aliviado ao ouvir as justificativas daquela senhora, imediatamente, levei o fato ao conhecimento do Doutor Pasqual Barretti, na oportunidade, Supervisor do HC. Pressenti que algo de bom iria acontecer, pois, o amigo Pasqual, logo no primeiro momento me fez acreditar que aquela queixa seria o ponto de largada para a solução dos muitos problemas deste nível enfrentados pelos pacientes, especialmente, aqueles que residem em cidades distantes de Botucatu. Graças a Deus tudo caminhou do “jeito que a gente gosta”.
Estávamos vivendo o mês de julho de 2005, bem próximo do final do meu mandato à frente da ASU (Associação dos Servidores da UNESP) e, naquele mesmo mês recebi autorização do ilustre Supervisor para, junto com a Assistente Social, Solange de Moraes – na época responsável pelo Serviço Social Médico do HC – esboçar um programa que viesse por fim a essas lacunas (injustiças) ocorridas normalmente nos pós atendimentos médicos, dispensados pelo HC.
Sem medo de errar, pensamos em montar uma “casa” que pudesse abrigar, com dignidade, todos esses pacientes “forasteiros”. Nosso primeiro passo foi correr atrás de um prédio que oferecesse condições, no sentido do projeto sair do papel. Não deu outra: poucos meses depois (janeiro de 2006) inauguramos a primeira Casa de Apoio ao Paciente Oncológico, com capacidade para acolher 44 “hóspedes” de outras localidades, que se submetem a quimio e radioterapia aqui no nosso HC. Foi prazeroso demais!
O funcionamento do primeiro “abrigo” caminhava maravilhosamente bem, apesar do número pequeno de colaboradores que tínhamos ao nosso lado (cinco funcionários e cinco plantonistas), tanto que vislumbrávamos um segundo empreendimento deste nível. Isso foi só uma questão de tempo: dois anos após essa brilhante conquista, a “casa” que hoje abriga crianças também começou a funcionar.
Tudo foi acontecendo de um jeito magistral, algo que possibilitou outra “moradia” sendo entregue alguns meses adiante. Aliás, uma oportunidade que tivemos em ver os nossos esforços serem reconhecidos fora de Botucatu, mais propriamente, na esfera maior do país. O Ministério da Saúde veio “buscar” o nosso programa com vistas a implantá-lo em outras cidades brasileiras. Salve, Salve!
Hoje, com as graças DELE, o nosso PAI e também com todo o respaldo necessário da Diretoria da FAMESP, possuímos quatro “lares” carinhosos; conseguimos acolher 104 pessoas (pacientes e seus acompanhantes) e somos um “time” de quase cinquenta colaboradores, entre funcionários, plantonistas e voluntários, bastante unido e pronto para oferecer um serviço de qualidade a quem nos procura.
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