Sempre que a vida nos mostra “a sua cara”, mais especificamente, sempre que algum amigo especial nos deixa para continuar o seu “viver” mais próximo DELE, o nosso PAI, lembro-me de uma “baita” música, sucesso nacional até os dias atuais, que compõe o repertório dos fantásticos cantores sertanejos Zezé Di Camargo & Luciano, CHUVA CAI LÁ FORA.
Na semana que passou, por diversas vezes, tive a sensação de estar ouvindo esta linda canção, até porque muitos foram os amigos que, em forma de água, foram de encontro ao mar para nunca mais voltar, tal qual um rio. Primeiramente foi o Edson Baixinho, e o grande Santangelo; no dia seguinte o meu companheiro de equipe (o Comercial FC de Vila Antártica) de tempos idos, o querido Sabará, um mestre, extremamente hábil com a bola nos pés; e depois, no dia 8, o estimado colega de trabalho de anos e anos, na querida FCMBB – antiga e extinta Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas e, mais precisamente, no Hospital das Clínicas da UNESP, Professor Doutor Antonio Tadeu de Souza Faleiros, um exímio praticante das tradicionais cavalgadas pelas avenidas de Rubião Junior e adjacências.
Que tristeza! Quanta indignação toma conta de “nóis” nesses momentos de perda! Às vezes chegamos a fazer o seguinte questionamento: por que, tudo isso acontece? Será que é por conta da podridão que está tomando conta do mundo, afinal, essa tal modernidade com que deparamos cotidianamente, faz com que as pessoas sequer se lembrem de Deus? Ou não é isso que está acontecendo? Infelizmente as pessoas só lembram DELE quando a água bate no “bumbum”.
“Bão”, a resposta para essas dúvidas é muito simples: estamos passando por este mundo; queiramos ou não, todos nós, um dia iremos partir. Foi exatamente isso que aconteceu com esse verdadeiro “monstro” da medicina que salvou milhares de vida nesses anos todos de dedicação como médico Neurocirurgião. Com certeza o Doutor Tadeu, além da saudade, deixará um rastro de memórias muito grande; lastimável, perda de difícil aceitação a todos nós, seus colegas de trabalho. Como não lembrar da letra dessa maravilha de música que, inclusive utilizei como título do meu causo: “ …COMO A ÁGUA VAI PROCURANDO O MAR; SEM DIZER ADEUS, FOI PRA NÃO VOLTAR…”?
Foram nada fáceis aqueles poucos minutos, em que permaneci no Salão Nobre da Faculdade de Medicina, durante o seu velório – por sinal, um local onde, ao longo desses anos todos, em que “estou” funcionário da UNESP, só presenciei coisas boas – no entanto, devo confessar que Deus também me proporcionou viver o outro lado dessa vidinha recheada de maldades e hipocrisia.
Foi simplesmente maravilhosa a manifestação de carinho, gratidão e apreço do Professor Francisco Haberman (aluno pioneiro da casa) declinou, momentos antes do seu sepultamento. Da mesma maneira que vejo o mundo totalmente de “ponta cabeça”, onde a FRATERNIDADE e a SOLIDARIEDAD minguam a passos largos, prazerosamente, deparei-me com atitudes humanitárias de fazerem “cair o queixo”. Lindo e emocionante todo o discurso de despedida ofertado pelo mestre Chico Haberman.
“Nóis”, que compomos a comunidade unespiana (docentes, funcionário e alunos), além, é claro, dos seus pacientes (não são poucos), estamos entristecidos demais com a sua partida querido Doutor Tadeu. Sabemos sim, que a vida é essa ciranda que nos surpreende, dia após dia; por outro lado, como é muito difícil diferir esta dura realidade.
Enfim, como sempre digo: a vida é mesmo assim: hoje estamos aqui; amanhã ali e, depois de amanhã…? Perdi mais uma preciosidade da minha valiosa galeria de amigos. O nosso Hospital das Clínicas ficou um pouco mais enfraquecido. A conceituada Faculdade de Medicina sem um dos seus maiores expoentes e, os pacientes acompanhados pelo Departamento de Neurologia e Psiquiatria, nem se fala: ficaram sem os cuidados, a competência e, principalmente, a determinação de um profissional de medicina que não tinha hora para “se vestir de médico” e cuidar daqueles enfermos que o procuravam.
Descanse em paz, querido amigo. Com certeza ELE, o Protetor do mundo, o recebeu com todas as honras que um grande SER merece. Que você continue fazendo por aí (junto do saudoso amigo Doutor Élson Felix Mendes, seu fiel colega de cavalgadas), tudo aquilo que com muito entusiasmo, brilhantismo, competência e comprometimento, realizou por aqui. Que Deus também oferte aos seus familiares, em especial à Doutora Francisca Teresa, sua esposa, as suas heranças e amigos, toda força necessária para superarem a triste dor da sua partida. Até qualquer dia grande CAVALEIRO e médico dos bons, Doutor Tadeu de Souza Valeiros!
Deixando a tristeza de lado (algo quase impossível!), envio o meu afetuoso abraço desta semana a um profissional da área de Segurança Pública do Estado de São Paulo, que dispensa comentários, por sinal, um “boleiro” dos bons, que quando está e campo “massacra” todos os goleiros, tal o seu “faro de gol” e que, certamente, num futuro não muito distante, estará ocupando um cargo destacado na Polícia Civil do Estado de São Paulo: meu amigo Doutor Lourenço Talamonte, digno Delegado de Polícia de Botucatu, ora atuando na cidade de Pardinho. Graças a Deus, esse “boleiro” diferenciado me faz companhia semanalmente, tanto no campo de futebol, bem como, acompanhando os meus “contos”. Parabéns pelo aniversário, grande Doutor Talamonte!
Com o mesmo carinho, abraço outro leitor assíduo dos meus textos aqui publicados – aliás, um cidadão mais SIMPLES que a SIMPLICIDADE – que, de maneira muitíssima especial, me parabenizou pelo último texto publicado aqui nesta coluna (Homenagem ao Policial Militar, destaque do mês). Nossa! Que orgulho! Obrigado pelos elogios querido “pardinhense” Martinho Leite Braga.
Eta nóis! Que vidinha danada essa nossa! No “fechar das cortinas” da construção deste texto melancólico, tive outra indigesta notícia: acabou de falecer o Doutor Luiz Augusto “Baby” Zanini, outro neurocirurgião respeitado que, para a nossa alegria, também jogou a sua bolinha no vitorioso Comercial FC de Vila Antártica. Que tragédia! Baby, “nóis” do comercial sempre te adoramos!
Rubens de Almeida – Alemão
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