Servidores do Fórum entram em greve

Cidade
Servidores do Fórum entram em greve 28 abril 2010

Os servidores do Sistema Judiciário de São Paulo estão, oficialmente, de greve por tempo indeterminado. Em Botucatu a paralisação é ainda parcial e somente dois cartórios (2ª e 3ª Varas), deixaram de trabalhar.

Na tarde dessa quarta-feira um grupo de trabalhadores do Fórum de Botucatu esteve em São Paulo e participou de uma Assembléia Geral na Praça João Mendes, onde foi oficializada a greve geral da categoria. A assembléia começou por volta das 13h30 e os servidores optaram pela continuidade do movimento.

Segundo o presidente da Associação da Família Forense, Carlos Eduardo Deléo, o Cacá, (foto) diretor do 3º Cartório Cível da Comarca, a categoria já estava em greve desde as primeiras horas dessa quarta-feira, mas muita gente optou por aguardar o resultado desta Assembléia em São Paulo, que foi o prazo dado ao Tribunal de Justiça para atender as reivindicações dos servidores.

“Como não houve qualquer manifestação do Tribunal de Justiça, que se negou a negociar, o movimento ganhou força e agora não tem prazo para que essa situação seja definida. Então amanhã (quinta-feira), poderemos ter um parâmetro de como estará a adesão ao movimento em Botucatu. Na sexta-feira faremos uma assembléia em frente ao Fórum, a partir das 13 horas”, colocou Cacá.

Ele lembra que nas duas últimas semanas os funcionários de todo Estado de São Paulo, se mantiveram trabalhando, mas em estado de greve aguardando o posicionamento do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, sobre as reivindicações da classe que pleiteia uma reposição salarial de 20,86% referente ? s perdas salariais dos últimos dois anos. “Pleiteamos somente nossas perdas salariais de dois anos consecutivos sem aumento. Essas perdas ultrapassam a casa dos 20%. Por isso os funcionários forenses do Estado optaram por entrar em greve”, repetiu Deléo.

O diretor forense, alega que a categoria tentou chegar a um acordo, já que a paralisação acarretará em prejuízos com o acúmulo de processos e desgaste para os trabalhadores. “Demos um tempo para que o Tribunal de Justiça pudesse negociar e ficamos em estado de greve por duas semanas e não houve uma proposta do TJ. Por conta disso, os servidores optaram pela greve”, explica o servidor forense, que não espera uma adesão total dos servidores.

“Nosso objetivo como presidente da Família Forense é explicar aos servidores os motivos da paralisação e que a greve foi a única maneira que a categoria encontrou para sensibilizar o TJ. Nós não podemos obrigar ninguém a permanecer parado. Quem optar para ir trabalhar não será impedido, nem ameaçado. Podemos pensar numa adesão de 60% dos servidores, média semelhante a movimentos, anteriormente, deflagrados em Botucatu”, observou Deléo.

{n}Última tentativa{/n}

Pouco antes da Assembléia Geral, os dirigentes das entidades representativas dos servidores foram convocados para uma reunião com o presidente do TJ, desembargador Antônio Carlos Viana Santos. A reunião que durou pouco mais de uma hora, não foi eficaz e nenhum acordo foi selado.

Viana prometeu concessão de um reajuste 4,17% a partir do próximo mês de junho, além de garantir que o plano de cargos e carreiras será votado pela Assembléia Legislativa no dia 4 maio. As propostas foram rejeitadas em Assembléia Geral e os servidores optaram pela deliberação da greve.

Vale lembrar, ainda, que na tarde de terça-feira, uma última reunião para tentativa de entendimento foi feita entre representantes dos servidores judiciários e Tribunal de Justiça. A reunião marcada para o prédio do gabinete dos desembargadores, na Rua Conde de Sarzedas, no Centro de São Paulo, gerou uma expectativa em meio ? categoria, já que aconteceu na véspera do início da greve.

Entretanto, a reunião com o desembargador Antônio Carlos Malheiros foi ineficaz. Nada foi decidido e tudo voltou na estaca zero, ou seja, com a decisão pela paralisação geral foi mantida, de acordo com a carta que a Associação dos Servidores do Poder Judiciário do Estado de São Paulo (Assojuris) encaminhou ? s lideranças forenses das cidades de São Paulo e região, explicando a razões da paralisação.

{n}Razões da greve{/n}:

* Defasagem salarial beirando ¼ do nosso salário;
* Perda do poder aquisitivo frente ? inflação já está insuportável;
* Condições de trabalho pioram a cada dia;
* Falta de funcionários já ultrapassa 15.000;
* Número de processos aumenta assustadoramente;
* Auxiliares fazem o serviço de Escreventes sem ganho salarial;
* Escreventes despacham pelos Juízes;
* Servidores sem receber indenização de férias etc.;
* Juízes recebendo indenização de férias no mês seguinte;
* Entre os Juízes e os Servidores, dois pesos e duas medidas.
* Presidente do TJ indiferente a tudo isso;

Foto: Fernando Ribeiro

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