Vigilância Ambiental detecta criadouro do caramujo africano

Saúde
Vigilância Ambiental detecta criadouro do caramujo africano 27 janeiro 2015

Fotos: Valéria Cuter

 

Na tarde desta terça-feira uma equipe da Vigilância Ambiental em Saúde (VAS), vinculada à Secretaria Municipal de Saúde, esteve em um terreno de Área de Preservação Ambiental na Rua Antônio Silvio Cunha Bueno, no Jardim Cristina, onde moradores vizinhos detectaram um criadouro do caramujo africano.                                        

Um dos moradores de nome Osvaldo coletou vários deles nos últimos dias e afirmou que é muito comum depois de uma chuva principalmente no período da manhã, os moradores encontrarem o caramujo em quintais de residências, onde existem crianças que podem, inadvertidamente, manusear o molusco que carrega consigo bactérias que podem afetar, seriamente, a saúde humana.

De acordo com Rodrigo Iais , diretor de Departamento em Planejamento em Serviços de Saúde de Botucatu, que faz um trabalho preventivo sobre os caramujos um comunicado será feito a Secretaria de Obras para que seja executada a limpeza e retirada do lixo doméstico e entulho que estão sendo depositados no local.

“O melhor caminho para controlar a proliferação do caramujo é a prevenção e isso necessita da colaboração da comunidade para que elimine os criadouros desse molusco conservando quintais e terrenos limpos, pois os caramujos gostam de ficar embaixo de folhas, de entulhos, em lugares úmidos ou sem incidência de luz solar”, alerta Iais, lembrando que na época de estiagem eles são pouco vistos e apenas casos esporádicos são atendidos. Porém, na estação das chuvas aparecem com muito mais freqüência e em grande número.

Enfatiza Iais que no período de chuvas a reprodução é acelerada, o que aumenta as chances de contágio de doenças pelo ser humano.  “Como não tem predadores naturais o caramujo africano se prolifera muito rapidamente e procuramos evitar o uso de produtos químicos (veneno), pois podem matar também, caramujos nativos, além de outros animais e até poluir os rios. Por isso o trabalho é feito com muito critério e cuidado. Os (caramujos) capturados têm que ser incinerados”, coloca Iais.  Qualquer dúvida a pessoa deve entrar em contato como a Vigilância Ambiental em Saúde de Botucatu  na Rua Major Matheus, nº 07 – Vila dos Lavradores, ou pelos telefones 3813-5055 ou 150.

 

Praga  urbana

Esse caramujo gigante africano que já é considerado uma praga urbana é um molusco nativo do nordeste da África. Possui alta capacidade reprodutiva (coloca até 1600 ovos por ano) e apetite voraz, alimentando-se de frutas, verduras, hortaliças, capim, papelão, plástico e até mesmo tinta de parede. Além disso, não possui predador natural, o que favoreceu sua rápida proliferação por 23 estados brasileiros. Embora pareçam inofensivos trazem perigo eminente à saúde pública, podendo atingir 15 a 20 cm de altura, 10 a 12 cm de comprimento e pesar 200 gramas.

É um hospedeiro intermediário de dois vermes que podem causar distintas doenças. Uma é a angiostrongilíase abdominal, que provoca fortes dores abdominais, febre, perda do apetite e vômitos, podendo culminar com a perfuração do intestino, hemorragias e em alguns casos, levar à morte. A outra doença é a meningite eosinofílica, que ocorre quando o verme se aloja no sistema nervoso central do paciente, provocando a inflamação das meninges (membranas que recobrem o cérebro). Tem como sintomas dor de cabeça forte e constante, rigidez da nuca e distúrbios do sistema nervoso.

Os vermes podem ocorrer tanto no interior dos caramujos, quanto no muco que eles secretam para se locomover. Por isso a pessoa não deve pegar o caramujo sem proteger as mãos com luvas ou sacos plásticos; higienizar frutas, verduras e hortaliças antes de ingeri-las; não comer, não beber, não fumar e não levar a mão à boca durante o manuseio do caramujo.

A introdução do molusco aconteceu em 1996 quando alguns produtores goianos tentaram a formação de uma cooperativa para criação de escargot, no entanto, não obtiveram êxito. O insucesso comercial provocou desistência na criação e a soltura inadequada do molusco no meio ambiente, facilitando sua disseminação.

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