Software auxilia Unesp no gerenciamento de UTIs

Saúde
Software auxilia Unesp no gerenciamento de UTIs 03 abril 2012

Aplicativo pioneiro no país, desenvolvido pela Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), deve se tornar importante ferramenta no auxílio para gestão em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para adultos e oferecer, de forma simultânea, indicadores da qualidade do serviço prestado. O programa recebeu, em 2011, patente do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Utilizado desde 2007 em caráter experimental pelo Serviço de Terapia Intensiva do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), o aplicativo oferece um ambiente virtual onde a equipe de enfermagem pode coletar dados diários dos pacientes internados. Com essas informações é possível a tomada de decisão para a logística de assistência. O desenvolvimento foi realizado por base no estudo de mestrado da enfermeira Meire Cristina Novelli e Castro, com a orientação da professora do Departamento de Enfermagem da FMB, Magda Dell’Acqua.

Toda a análise obtida com o aplicativo é facilitada pela interface gráfica amigável e pela criação de gráficos para avaliação do histórico dos pacientes atendidos. “Conhecendo a evolução destas variáveis durante a internação, o enfermeiro poderá intervir, planejar e ao mesmo tempo avaliar a qualidade do cuidado prestado”, frisa Meire Cristina.

“Se um paciente atendido há um ano pela UTI voltar a se utilizar esse serviço, a equipe de enfermagem tem ? disposição todas as informações referentes ? estadia anterior, além de toda evolução da assistência que foi prestada”, complementa a autora.

Passado o período de testes e sido implantado definitivamente pelo HCFMB, o aplicativo contabiliza com um banco de dados com informações de mais de 2.200 pacientes e com 20 mil aplicações do escore- mensuração das atividades realizadas em cada pessoa assistida pela unidade. A equipe de enfermagem recebeu, nesse tempo, treinamento para o uso do sistema.

Para a formatação do aplicativo, foram utilizados conteúdos disponíveis no NAS (Nursing Activies Score), instrumento voltado ? avaliação da carga de trabalho de enfermagem nas unidades de terapia intensiva. Tal modelo de gerenciamento é usado em UTIs na Europa e tem sido estudado no Brasil desde 2002. Alguns hospitais de São Paulo, por exemplo, já se utilizam da ferramenta NAS.

O desenvolvimento de linguagem e implantação para testes foi realizado pelo Núcleo de Educação ? Distância e Tecnologia de Informação em Saúde (Nead.TIS) da FMB. “Este projeto foi fundamental para destacar a importância da informática no apoio ? s atividades fins da Universidade. O desenvolvimento do aplicativo gerou um impacto altamente positivo entre as equipes de informática e enfermagem”, realça professora Denise Zornoff, coordenadora do Nead.TIS.

Com a patente viabilizada pela universidade, a ferramenta será disponibilizada para universidades e hospitais públicos para utilização, pesquisa e estudos sem custos. Já o fornecimento a serviços privados, a própria Unesp deverá receber um valor que será revertido a pesquisas futuras, conforme explica Meire Cristina. “O que foi desenvolvido pode ser usado como importante ferramenta de pesquisa em busca da otimização de processos dentro das UTIs adultas. Essa experiência começou como um projeto local, para atender ? s necessidades do hospital que foi palco do estudo, mas pode ser aplicado por qualquer serviço que ofereça uma unidade de terapia intensiva”, frisa.

As informações contidas no Banco de Dados do aplicativo já resultaram em três pesquisas voltadas a mestrado, dois projetos de doutorado, além de dois artigos científicos publicados e nove trabalhos apresentados em eventos científicos nacionais e internacionais, conforme frisa professora Magda Dell’Acqua, que orientou o estudo. “É importante que esse trabalho desenvolvido dentro da universidade auxilie em mais pesquisas acadêmicas voltadas ao aperfeiçoamento do atendimento em enfermagem”, ressalta a acadêmica.

Fonte:
Flávio Fogueral/Jornal da FMB

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