HC de Botucatu quer transplantar 24 corações em 2023

Saúde
HC de Botucatu quer transplantar 24 corações em 2023 08 janeiro 2023

Número de transplantes realizados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp) vem crescendo

O serviço de transplante cardíaco do Hospital das Clínicas (HC) de Botucatu (SP) vem crescendo desde sua fundação, em 2019, e tem a meta de realizar 24 procedimentos do tipo em 2023, o quinto ano de funcionamento.

Logo no dia 1º de janeiro, o primeiro transplante de coração foi realizado na unidade, com apoio inclusive de um jato da Força Aérea Brasileira (FAB), que viajou 700 quilômetros para trazer o órgão de um doador oriundo de Goiânia (GO).

Na mesma semana, foi realizado outro procedimento envolvendo transplante de coração no HC, que é vinculado à Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp), localizada no município.

Em 2019, foram sete transplantes realizados ali, subindo para 14 em 2020 e 18 em 2021. Em 2022, houve 13 cirurgias. A prioridade é para moradores do Departamento Regional de Saúde (DRS), mas pacientes de outros estados também já foram beneficiados.

O programa de transplante cardíaco do hospital é o primeiro do interior paulista e considerado o segundo maior centro transplantador do estado, atrás apenas do Instituto do Coração (Incor), na capital.

Não é incomum a utilização de aeronaves da FAB, e até mesmo do helicóptero Águia da Polícia Militar, no transporte de corações e outros órgãos até Botucatu, já que, entre a retirada e o transplante, não podem se passar mais de quatro horas.

A informação é do cardiologista Flávio Brito, que coordena o setor de transplantes do hospital. “Normalmente, as captações acontecem em grandes centros, e nós acompanhamos desde a retirada do órgão, que é transmitida em tempo real”, explica o especialista.

De acordo com ele, toda Unidade de Terapia Intensiva (UTI) conta com uma comissão responsável por avaliar pacientes com morte encefálica, conversar com a família do paciente sobre o aval para doação e informar a Organização de Procura de Órgãos (OPO).

Com base em lista de espera para recebimento dos órgãos, é definida a destinação. No caso dos pacientes à espera de um coração, quase sempre são casos de internação. Em Botucatu, costuma haver em média de cinco a 10 pessoas aguardando o transplante cardíaco.

“O paciente em estado de insuficiência cardíaca não tem condições de esperar o órgão fora do hospital. É um quadro muito delicado, que exige muitas vezes o auxílio de máquina e medicação intravenosa”, explica o especialista.

Segundo Flávio, o Brasil hoje faz em média 400 transplantes de coração por ano, mas a demanda é de aproximadamente três vezes esse número.

“No Brasil, o número de transplantes de coração ainda está aquém da necessidade. O número de pacientes com insuficiência cardíaca é muito grande, seja por infarto, doença de chagas ou questões genéticas do coração”, explica.

É por isso que ampliar o que ele chama de “pool de doadores” é tão importante, assim como implementar e qualificar as comissões responsáveis pela captação de órgãos.

“Queremos crescer e, para os cinco próximos anos, as expectativas são grandes. Queremos estabelecer aqui um Instituto do Coração. Nossa meta é de mortalidade zero após 30 dias de transplante e que 80% dos pacientes estejam vivos e com qualidade de vida boa depois de um ano”, detalha o cardiologista. Atualmente, diz ele, o índice é próximo da média estadual, de 76%.

Fonte: Temmais.com

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