Pré-candidatos a prefeito de Botucatu se posicionam sobre processo de Impeachment

Política
Pré-candidatos a prefeito de Botucatu se posicionam sobre processo de Impeachment 16 abril 2016

O país passará por um momento importante de sua história neste domingo,17, com a votação na Câmara dos Deputados em Brasília sobre o Impeachment de Dilma Rousseff. O Acontece Botucatu ouviu a opinião dos pré-candidatos a prefeito de Botucatu, além do próprio PT, partido da Presidente. Quem é favorável ou não ao processo de Impeachment ?

Infelizmente nem todos participaram, pois, o pré-candidato Mário Ielo (PDT) não respondeu aos nossos contatos. Por telefone celular, SMS e WhatsApp, não foi possível ouvir a opinião do ex-prefeito pelo PT. Objetivos ou mais didáticos, confira o que pensam os homens que querem governar Botucatu. As declarações foram enviadas à nossa redação.  

 

Junot de Lara Carvalho (PSD) – favorável

O impeachment é medida que se impõe. O crime de responsabilidade fiscal salta à vista. Golpe dito pelos petistas é exatamente tudo que fizeram nas eleições que os levaram ao poder. Poder alcançado com base em mentiras. A reconstrução do Brasil depende tão somente do afastamento de Dilma. Espero com fervor que isso aconteça.

 

 

 

 

Mário Pardini (PSDB) –  favorável

"Minha posição é absolutamente clara em relação a esse assunto. Sou a favor do impedimento da presidente Dilma Rousseff. O fato de ter sido eleita pelo voto popular não garante a ela um salvo conduto para praticar atos que transgridam a lei e afrontem a Constituição brasileira. O crime de responsabilidade, condição fundamental para abertura do processo de impeachment, está mais do que caracterizado. Sobram motivos para que o afastamento da presidente seja concretizado. A perda da capacidade de liderança e união de forças para manter a governabilidade são fatores que também colaboram para o impeachment. Mas defendo que isso aconteça sob o abrigo da lei, com ética e total transparência. Não podemos colocar em risco nossa democracia, ainda tão jovem e conquistada com tanto sacrifício.

Esse processo polêmico, difícil, deve ser conduzido com serenidade e responsabilidade. É preciso devolver a esperança ao nosso povo. Hoje sobram incertezas sobre o futuro. Meu desejo é que possamos o mais rápido possível virar essa página da vida política brasileira e iniciarmos um novo momento. Esse é um problema de todos nós. Quem trata essa crise como algo distante, sem consequências na vida concreta das pessoas, de nossa cidade, faz discurso vazio com medo de se comprometer. Ou, o que é pior, vive alienado da realidade.

Em Botucatu, assim como nas demais cidades, um número cada vez maior de famílias sofre com a volta de antigos fantasmas como a inflação e o desemprego. A dona de casa que vai ao mercado, o trabalhador que bate de porta em porta em busca de emprego, o comerciante que tenta fechar as contas no fim do mês são as principais vítimas desse momento conturbado da vida nacional. É preciso dar um basta nisso. Chegou a hora de começar a construir uma nova história. Que venha o impeachment e que Deus possa nos guiar para um novo caminho".

 

Daniel Carvalho (PSOL) – contrário

Sem crime é golpe, mais um oportunismo dos que estão com poder contra quem está fragilizado, um golpe de autoritarismo como os vários que já ocorrem contra o pobre, a mulher, o indígena, a comunidade LGBT, o estudante secundário, o professor do Estado e tantos outros diariamente abusados pelos oportunistas que crescem roubando direitos do cidadão. Não passarão! 

Impeachment sem crime, é golpe. Tocado por Cunha e outros réus, ignorando Temer e os vários investigados, é a farsa, duelo de facções pelo poder Federal. 'Não a farsa do impeachment'. Seguiremos juntos, todos. Só a luta muda a vida. PSOL 50 Botucatu.

 

 

Reinaldinho e Lelo Pagani (PR e Rede/ declaração conjunta) – favoráveis

Os pré-candidatos a prefeito e vice-prefeito, Reinaldinho e Lelo Pagani respectivamente, entendem que a coalizão que governa o país, liderada pelo PT e pelo PMDB, não conseguem dar conta de reverter as graves crises econômica, social e política. Ao contrário, é a parte mais significativa da sua fonte geradora, promovendo retrocessos ambientais, nos direitos humanos, nos direitos trabalhistas e está pondo a perder os direitos sociais e a estabilidade econômica, conquistados pela sociedade. Dessa maneira, a solução da crise não está no afastamento de apenas um dos lados.

Além disso, os partidos que hoje poderiam se favorecer com o impeachment de Dilma, o PMDB e parte da oposição, estão profundamente implicados na corrupção que está sendo desvendada, com vários de seus líderes citados nas investigações. Um possível governo Temer definitivamente não é a solução que a sociedade espera, pois ele e seu partido são corresponsáveis pela atual situação do país. PT e PMDB são, como já dissemos em outras oportunidades, irmãos siameses da crise, faces de uma mesma moeda. Ambos os partidos têm várias lideranças implicadas nas investigações da Lava Jato que ocupam cargos de alto escalão nas empresas estatais e em postos expressivos da República, a começar pelos presidentes das duas Casas Legislativas, Eduardo Cunha e Renan Calheiros.

A solução passa pela Justiça Eleitoral, que investiga o uso de dinheiro da corrupção para eleição da chapa Dilma/Temer. O Tribunal Superior Eleitoral precisa ter o sentido de URGÊNCIA que o momento exige e julgar com celeridade os processos que estão em apreciação. Comprovado que a soberania popular foi influenciada ilicitamente no último pleito, deve-se restabelecer aos cidadãos e cidadãs o poder de decidir sobre os rumos do país através de novas eleições presidenciais diretas, ainda neste ano. Só assim a nação, com a repactuação legitimada pelo voto popular, entrará efetivamente na trajetória das mudanças necessárias para que o Brasil seja passado a limpo. Não são sete ministros do TSE se sobrepondo a uma decisão tomada por meio de uma eleição. Serão sete juízes devolvendo à sociedade o poder de redefinir os rumos da Nação, caso se comprove que o dinheiro roubado do petrolão foi usado para fraudar a decisão soberana dos eleitores.

O processo de impeachment, por sua vez, é instrumento legal e deve ser analisado com toda a responsabilidade que os eleitores esperam daqueles que elegeram. O PR de Botucatu e a Rede Sustentabilidade entendem que existem elementos que justificam o processo contra a presidente Dilma para que a necessária investigação dos atos de improbidade administrativa previstos na Constituição siga seu curso no Senado, de acordo com o rito estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal.

No entanto esse processo não irá alcançar a finalidade de afastar do Governo o conjunto daqueles que se apropriaram da máquina pública em benefício próprio, de seus interesses pessoais e políticos. O sistema de corrupção montado para isto não é novo, mas para o PR de Botucatu e para a Rede Sustentabilidade a corrupção é inaceitável, não importando quem a pratique. Por isso, a Operação Lava Jato precisa receber todo o apoio da sociedade para ser levada adiante, qualquer que seja o resultado desse processo. É para seu arrefecimento que a maioria da oposição e do governo converge com a mesma intensidade e proporção.

Os mesmos fatos presentes no pedido de impeachment da presidente Dilma sustentam a admissibilidade de um processo contra o vice-presidente Michel Temer. A sociedade exige a mesma urgência e celeridade para a instalação da comissão que irá analisa-lo. Consideramos intolerável que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, impeça o andamento de um possível processo contra o vice-presidente da República, assim como o faz interferindo na Comissão de Ética, atuando em causa própria. Sua presença, ilegitimada por seus próprios atos, macula a atuação do Parlamento em prejuízo da população brasileira e da credibilidade das instituições nacionais.

 

Everaldo Rocha (Presidente do diretório Municipal do PT) – contrário

É golpe. Sem crime é golpe. Mas não é golpe contra o PT, Dilma ou governo. O golpe é contra o povo brasileiro, contra os direitos dos trabalhadores, pois quem defende, é a favor da lei de terceirização, a favor da venda da Petrobrás. Esses golpistas da direita (alguns políticos, empresários, imprensa), são contra o aumento do salário mínimo, contra a lei de cotas, contra o ‘minha casa minha vida’, contra os direitos das domésticas, contra o pobre andar de avião, contra o filho da empregada fazer uma faculdade. 

Enfim, eles querem voltar a só eles ter e não querem dividir nada com ninguém. Eles querem também, parar com as investigações da Lava Jato, pois sabem que se investir igual para todos, eles vão ser os maiores réus. Não tem crime nenhum contra a presidente, já com quem quer condená-la…

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