O ex-Prefeito de Botucatu João Cury anunciou neste sábado, dia 02, sua pré-candidatura a Deputado Federal pelo MDB. O comunicado foi feito por suas redes sociais, através de um vídeo onde aparece ao lado da Senadora e Pré-Candidata à Presidência da República Simone Tebet.
No texto onde também fala da sua filiação, Cury cita a história do MDB e seu papel na defesa da democracia e confirma a pré-candidatura já esperada.
“Por isso quero anunciar para vocês minha próxima jornada: sou pré-candidato a deputado federal por São Paulo. Sempre digo que política precisa ter time e precisa ter lado. Sigo junto ao nosso Ricardo Nunes e de todo Estado de São Paulo nesse grande desafio para mudar nossa política e nossa sociedade por mais justiça e mais educação”, escreveu João Cury.
João Cury anunciou sua saída da Secretaria de Relações Institucionais da Prefeitura de São Paulo na última quinta-feira, dia 31, prazo limite para desincompatibilização de cargo previsto no calendário eleitoral.
Sua ligação com o MDB é antiga. Seu pai, Jamil Cury, foi eleito Prefeito de Botucatu pela primeira vez justamente na sigla, em 1982. Cury, aliás, divulgou nos últimos dias um vídeo de seu pai relembrando parte dessa história.
Trajetória, eleições vitoriosas e condenação
João Cury Neto foi Prefeito de Botucatu duas vezes (2009 a 2012/2013 a 2016) e com sucesso, fez o dever de casa ao escolher e eleger seu sucessor, Mário Pardini. O atual Prefeito de Botucatu foi uma escolha de Cury e por isso, apesar de algumas rusgas nos últimos anos, ainda há um respeito mútuo.
Saiu de Botucatu muito maior do que quando começou na política eletiva 10 anos antes. Na oportunidade, já almejava uma candidatura na esfera federal e tinha capital para isso.
Em 2018, após presidir a FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação), ele assumiu a Secretaria de Educação do Estado, atingindo um patamar que nenhum outro político nascido em Botucatu conseguiu alcançar. Mesmo que o preço fosse abrir mão de ser candidato a Deputado Federal surfando boas ondas, como na oportunidade.
Com a derrota de Márcio França para João Doria, viu-se em uma ladeira política. João Cury foi ser então Secretário de Educação no município de São Paulo. Ocorre que em junho de 2019, seis meses após assumir a pasta, foi exonerado do cargo pelo Prefeito e amigo Bruno Covas, muito pressionado pelo então correligionário João Doria.
Escanteado, foi ser Secretário Adjunto no Gabinete. Em uma entrevista ao programa Roda Viva da TV Cultura, o então Prefeito Bruno Covas disse que exonerou Cury por ele ter sido condenado em segunda instância. Esse ainda é o maior motivo de dúvida quanto aos seus direitos políticos em 2022.
Em maio de 2019 o Tribunal de Justiça de São Paulo condenou o ex-prefeito de Botucatu e o Professor Narciso Minetto Júnior, ex-Secretário Municipal de Educação em Botucatu, no polêmico caso Sangari. A decisão de Segunda Instância apontou improbidade administrativa, ressarcimento aos cofres públicos e perda dos direitos políticos por 5 anos.
Houve ainda uma outra ação do Ministério Público em novembro de 2020, que também envolvia o ex-vice-Prefeito Antônio Luiz Caldas Júnior por acumulo de cargos, e que também colocava restrições políticas aos nomes.
De um ano para cá ele intensificou suas ações nas redes sociais, notoriamente com vistas às eleições de 2022, especialmente a uma candidatura a Deputado Federal. João faz seu trabalho enquanto recorre em instâncias superiores (no STJ) para reaver seus direitos políticos.
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