Tatuagem feita em cadeia indica personalidade do preso

Polícia
Tatuagem feita em cadeia indica personalidade do preso 24 janeiro 2016

Na criminalidade as tatuagens formam um código onde cada uma representa o delito cometido ou mesmo uma afinidade com uma corrente criminosa, assim como criam identificação entre grupos

 

Hoje em dia as tatuagens são consideradas obras de arte e feitas em estúdio sofisticados com toda segurança, higienização e aparelhagens modernas e pode simbolizar passagens ou fatos importantes na vida das pessoas.  Até concursos internacionais são realizados e o trabalho dos tatuadores, realmente enchem os olhos em razão da perfeição e dos detalhes dos desenhos.

Porém, existem tatuagens estreitamente ligadas à criminalidade. Não é regra, mas no mundo do crime, desenhos infantis e religiosos podem simbolizar crimes. As tatuagens podem servir para que eles se reconheçam dentro dos grupos criminosos. No código do crime representa o delito cometido, afinidade com uma corrente criminosa ou cria identificação entre grupos.

Evidentemente, a tatuagem não é condição para ser bandido. Muito longe disso. Mas existe uma diferença abismal entre a tatuagem feita em estúdios com equipamentos modernos, esterilizados e higienizados,  com a de presídios, onde são usados materiais rústicos e inadequados como pregos, arame, clipes e até ponta de caneta. São coloridas com tinta esferográfica, nanquim, tinta de parede, tinta a óleo, e até mesmo com a tinta de sacolas plásticas.

A tatuagem nas cadeias representa expressão de brutalidade, racismo, castigo, vingança, codificação para comunicar com outros criminosos, traços da personalidade do criminoso, crimes praticados, entre outros. É uma relação de poder, estipulada a partir da tatuagem, que cria uma hierarquia para saber quem manda e quem obedece, inclusive, fora da cadeia.  Por isso, a tatuagem também pode  ajudar a própria polícia a identificar melhor com os criminosos que precisam lidar.

Uma estrela de cinco pontas, por exemplo,  pode significar que o preso é homicida; serpente: traidores e delatores; caveira trespassada por um punhal: assassinos de policiais, normalmente disfarçada entre outros signos; e a cruz com duas velas acesas na base, nas costas, em tamanho grande, indica alta periculosidade.

Já a imagem do diabo caracteriza que o portador é matador e tem prazer de conviver com a morte; borboleta: busca pela liberdade, planos de fuga, ou homossexualidade; carpa: chefes do crime; morte: assassinos de policiais, latrocínio, homicídio; mago: especialistas em sequestro e em resgate de presos; e gnomos e duendes: dependentes químicos. Já a tatuagem de coringa ou palhaço significa que o presidiário comete qualquer tipo de crime e pode ser feita em qualquer parte do corpo.

Um desenho de cruz nas costas pode simbolizar o bandido que mata, se vinga e a cruz com o crânio humano, no meio das costas: lealdade aos colegas de cela. Outra tatuagem muito usada no meio marginal é a forma de um punhal ou de uma faca isolada, onde o detentor desta marca vem a ser um indivíduo corajoso, valente e aceita enfrentar todo tipo de perigo.

Apesar das tatuagens em presídios serem proibidas em razão da apologia ao crime e aos símbolos criminosos, o uso de materiais não esterilizados é uma questão de saúde pública, pois o risco de uma infecção através do uso de objetos contaminados para fazer os desenhos é grande. Os objetos para confeccionar tatuagem têm o mesmo caráter proibitivo de armas ou drogas.

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