PM faz simulado sobre as consequências do uso de cerol

Polícia
PM faz simulado sobre as consequências do uso de cerol 22 junho 2010

Com a finalidade de prevenção e evitar acidentes que, em muitos casos, são fatais, o 12º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM/I) de Botucatu e Guarda Civil Municipal (GCM) realizaram na manhã desta terça-feira uma demonstração sobre os riscos pelo uso de cerol.

O simulado aconteceu em frente ? sede do 12º BPM, na Rua General Marcondes Salgado, nº 414. Compareceram alunos da Escola Estadual Américo Virgínio dos Santos, que fazem parte do Programa Jovens Construindo a Cidadania (JCC) e das escolas Francisco Guedelha e Pedro Torres. A intenção da PM é transformar esses alunos em multiplicadores do conceito de não utilização de cerol.

Segundo o tenente coronel César Francisco Toma, comandante do 12º BPM, o treinamento tem a finalidade de demonstrar os riscos no uso de cerol,

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evitando assim acidentes, tendo em vista que no mês de julho, durante as férias escolares, aumenta o número de jovens que soltam pipas e papagaios, muitas vezes usando esta perigosa forma de material. “A única finalidade é orientar, pois os acidentes com cerol acontecem com frequencia preocupante e, estatisticamente, em 25% dos casos levam as vítimas ? morte”, alerta o comandante.

Durante o transcorrer do evento, houve simulação de corte no pescoço de vítima condutora de motocicleta, acidente com ciclista, vantagens na utilização de antena defletora para motocicletas, cortes feitos por linhas com cerol em legumes, características da linha “chilena”, fornecimento de dicas para evitar acidentes ao se locomover em moto ou bicicleta, etc.

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Para o médico Aristides Palhares, cirurgião plástico da Unesp de Botucatu, os acidentes com cerol, podem trazer consequências irreversíveis. “Além da morte, o cerol pode ocasionar ferimentos no pescoço das vítimas que ficam marcados para sempre. Então, esse trabalho que a PM está fazendo hoje é muito importante, pois a prevenção e conscientização são fatores fundamentais para evitar os acidentes”, colocou o cirurgião plástico.

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O comandante da GCM, Paulo Renato, fez uma explanação sobre a legislação em vigor, lembrando que existe Lei Municipal sobre o tema, bem como a ação de fiscalização. “A polícia e a guarda fazem o seu trabalho de fiscalização, mas é necessário que os alunos tenham consciência dos perigos que causam as linhas de pipa com cerol e nos ajudem nesse trabalho”, frisou o comandante da GCM.

{n}O cerol{/n}

Não há uma estatística precisa, mas, segundo os levantamentos da Associação Brasileira de Motociclistas (ABRAM), acontecem cerca de 100 casos por ano no Brasil, de acidentes envolvendo linhas com cerol, sendo que 50% são graves e 25% fatais. Apenas 25% escapam ilesos.

A conhecida mistura de cola e vidro moído é usada para cortar a linha dos “adversários”, podendo causar ferimentos ou mesmo levar ? morte as pessoas que estiverem nas imediações. Ciclistas e motociclistas são os mais vulneráveis já que os ferimentos acontecem geralmente na altura do pescoço ou rosto das vítimas.

Durante o acidente, o vidro moído ou pó de ferro, colado ? linha, exerce forte pressão sobre o tecido humano, havendo elevado coeficiente de atrito. Considerando que a superfície de contato é muito pequena, ou seja, reduzida ? espessura da linha, o ponto de pressão é muito concentrado e os cortes são inevitáveis. Exemplo dos riscos de um acidente deste tipo é a vítima ter uma artéria ou veia do pescoço seccionada o que lhe pode causar forte hemorragia e matar em minutos. Existe também a chamada linha chilena que é feita de material ainda mais resistente e que tem poder de corte maior do que as linhas convencionais.

Independentemente do tipo de “cortante” utilizado, pode haver implicações legais que recaem sobre sua fabricação, comércio e utilização, dependendo-se da análise de um caso concreto, tais como a exposição da vida e da integridade física de terceiros ? s linhas com tais substâncias (fato que se enquadra no artigo 132 do Código Penal), chegando-se até as lesões corporais (artigo 129, do Código Penal) ou homicídios (artigo 121, do mesmo código).

Fotos: Quico Cuter

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