Quadro de funcionários da Embraer diminui quase 10% em cinco anos

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Quadro de funcionários da Embraer diminui quase 10% em cinco anos 18 março 2019

O quadro de funcionários da Embraer no Brasil diminuiu quase 10% nos últimos cinco anos. Os dados são do balanço anual divulgado pela empresa nesta semana. Além da redução no efetivo, a fabricante brasileira de aeronaves registrou prejuízo de R$ 669 milhões em 2018 – o primeiro resultado negativo desde 1997 e maior prejuízo já registrado desde a privatização.

As baixas ganham atenção em meio ao episódio de venda da divisão comercial da empresa para a Boeing. Em fevereiro os acionistas da fabricante brasileira de aeronaves aprovaram o acordo sobre a venda para a norte-americana. O negócio já foi aprovado pelo governo federal e a expectativa é que o processo de criação da nova companha seja concluído até o fim deste ano.

O relatório mostra que em 2013 a Embraer tinha 17.391 funcionários no Brasil. Até o fim de 2018, o número passou para 15.670 postos. A empresa tem unidades em São José, Taubaté, Sorocaba, Botucatu e Gavião Peixoto, todas no interior de São Paulo.

O quadro gera contraste com as fábricas que a Embraer tem no exterior, nas quais o número de trabalhadores aumentou de 1.976 para 2.850 –um crescimento de 44%. A empresa tem três bases nos Estados Unidos e uma em Portugal.

Repercussão

De acordo com o economista Carlos Alberto da Silva, os números negativos seriam resultado do aumento das despesas operacionais e a parceria com a Boeing poderia surgir como uma solução.

“A empresa está buscando opções e a Boeing está oferecendo essas opções. E com isso você tem uma diluição dessas despesas operacionais que são muito elevadas e que levou uma boa parte para esse prejuízo e também novos projetos aonde ela vai ter exatamente um fomento, financiamento, de outras formas capitadas no mercado mundial que vai poder facilitar o desenvolvimento de novos projetos”, disse.

Já o Sindicato dos Metalúrgicos de São José, cidade onde fica a sede da Embraer, acredita que a parceria com a multinacional pode colocar em risco a manutenção de empregos.

“O que mais puxa o prejuízo é aviação executiva e a defesa e é justamente isso que vai ficar com a Embraer. Se essa tendência de prejuízo continuar, o futuro da Embraer é o fechamento”, disse o diretor sindical Herbert Claros.

Venda de divisão para a Boeing

Pelo acordo aprovado pelos acionistas, a Boeing deverá pagar US$ 4,2 bilhões por 80% da nova companhia. A Embraer ficará com os 20% restantes.

Os negócios de defesa e jatos executivos e as operações de serviços da Embraer associados a esses produtos permanecerão como uma empresa independente e de capital aberto.

 Fonte: Portal G1

 

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