Projeto “Gigante Guarani” restaura mata ciliar na APA Botucatu

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Projeto “Gigante Guarani” restaura mata ciliar na APA Botucatu 28 dezembro 2019

A mata ciliar de parte do território da APA Corumbataí Botucatu Tejupá – Perímetro Botucatu foi restaurada no dia 13 de dezembro

A mata ciliar de parte do território da APA Corumbataí Botucatu Tejupá – Perímetro Botucatu foi restaurada no dia 13 de dezembro pelo método “muvuca”. Cerca de 30 voluntários participaram da ação promovida pelo Projeto “Gigante Guarani”, ao lado de Pedro Jovchelevich, engenheiro-agrônomo da Associação Brasileira de Agricultura Biodinâmica – ABD e de Claudia Anastácio Macedo Reis, gestora da unidade de conservação.

“O método ‘muvuca’ é um sistema de restauração agroflorestal em que são misturadas sementes de árvores nativas, adubos verdes e sementes agrícolas. Além de ser mais econômico, o método traz mais diversidade ao plantio”, explica o engenheiro. Ele diz também que o método não emprega agrotóxicos na implantação e na manutenção do povoamento, além de privilegiar a rede de coletores de sementes. “Essas características contribuem para a conservação dos atributos da APA Botucatu e melhoram a qualidade de vida da população do território”.

A primeira área de “muvuca” implantada pelo Projeto “Gigante Guarani” foi realizada no Sítio Vitória, em Pardinho-SP, onde são cultivadas hortaliças. Os proprietários, Camila e de José Augusto Paulette, têm a preocupação de preservar a diversidade da APA como também cuidar do leito do rio que passa pelo sítio.

Na área escolhida, o plantio é controlado cientificamente pela Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP. Segundo Richardson Barbosa, responsável pela pesquisa, o estudo servirá para validar a melhor prática agrícola e silvicultural como indicar também o melhor controle de mato.

Foram utilizadas no plantio sementes de espécies arbóreas nativas, sementes de espécies arbustivas e herbáceas de adubação verde em três diferentes tratamentos e sementes de milho e abóbora. Além da escolha das sementes florestais, assegurando o estabelecimento da sucessão florestal, foi utilizado um preparado biodinâmico composto de esterco curtido no chifre da vaca e de um conjunto de ervas medicinais, chamado Fladen, dinamizado em água e colocado nas sementes e no plantio. Todo esse tratamento tem por objetivo auxiliar na germinação e na decomposição da cobertura morta.

O Projeto

O “Gigante Guarani” pretende recompor 200 hectares de Mata Atlântica nos municípios de Itatinga, Bofete e Pardinho, no território da APA Botucatu, com três modalidades diferentes de restauração florestal: plantio convencional com mudas de árvores nativas, condução da regeneração natural e plantio por meio de “muvuca”.

Na atividade específica, foram envolvidas a Rede de Sementes Quilombola do Vale do Ribeira e Rede de Sementes Xingu, apoiadas pelo Instituto Socioambiental – ISA, parceiro do “Gigante Guarani” nesta etapa.

O projeto é financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES e gerido pela Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) e pela Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (FEPAF), ambos da UNESP – Botucatu. A execução é feita pelo Instituto Giramundo Mutuando e pelo Instituto Itapoty, com a parceria da Associação Brasileira de Agricultura Biodinâmica, Fundação Florestal/ APA Botucatu, dentre outros parceiros.

Sobre a Unidade

A Área de Proteção Ambiental Corumbataí, Botucatu Tejupá/APA Botucatu, criada em 1983, abrange nove municípios: Avaré, Angatuba, Botucatu, Bofete, Itatinga, Guareí, Pardinho, São Manuel, Torre de Pedra. A área visa proteger as Cuestas Basálticas e os atributos ambientais e paisagísticos, como os morros testemunhos, ente eles a Torre de Pedra, o Morro do Bofete e as Três Pedras, os recursos hídricos superficiais, o Aquífero Guarani e o patrimônio arqueológico, representado pelo Abrigo Barandi, em Guareí, com registros pré-históricos de cerca de 6.000 anos.

O território abriga 424 espécies de vertebrados, dos quais 66 são mamíferos, 244 são aves, 58 anfíbios e 56 répteis. Essa riqueza de espécies, – com várias espécies endêmicas e outras ameaçadas de extinção, entre eles, o muriqui, – decorre principalmente da localização da unidade em uma região de transição entre cerrado e mata atlântica.

Fotos: Beatriz Stamato/Instituto Giramundo Mutuando

 

Serviço

Município: Botucatu

Rua Lourenço Carmelo, 180 – Bairro Jardim Paraíso

Fone: (14) 3814-1144

E-mail: [email protected]

De segunda a domingo, das 8h às 17h

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