PM de SP vai comprar 10 metralhadoras estilo ‘Rambo’ e quer fuzil que derruba helicóptero

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PM de SP vai comprar 10 metralhadoras estilo ‘Rambo’ e quer fuzil que derruba helicóptero 26 junho 2019

Os equipamentos serão entregues a PM até o final de 2020

A Polícia Militar (PM) de São Paulo está lançando no Brasil e no exterior os editais para a compra de grande quantidade de armamento, entre os quais 40 mil pistolas calibre .40, 1.300 fuzis calibres 5.56 e 7.62, dois fuzis de sniper (atirador de precisão) e 10 metralhadoras leves de calibre 7.62 mm, semelhantes às usadas por Sylvester Stallone nos filmes do personagem Rambo.

Os equipamentos serão entregues até o final de 2020 e custarão R$ 108,9 milhões. As informações foram dadas ao G1 pelo secretário-executivo da PM junto à Secretaria de Segurança Pública, coronel Álvaro Camilo.

A PM paulista não compra metralhadoras há mais de 60 anos. Elas serão usadas para a proteção de presídios e o combate a ataques a carros-fortes e empresas de transporte de valores.

“Não há restrição do Exército para a PM comprar metralhadora. Então, por que a PM não comprou mais metralhadora? Porque não é uma arma comum, que você precisa para ser utilizada a todo momento. Em tese, metralhadora é para dar rajada. Para você comprar metralhadora e usar como intermitente, está perdendo, porque ela é mais cara. Melhor você comprar um fuzil”, explica Camilo.

Entre os modelos de metralhadoras leves que poderão participar da concorrência, cuja previsão de publicação é agosto, estão alguns modelos preferidos pelos policiais paulistas, como a FN Minimi (utilizada pelas Forças Armadas brasileiras), a M249, a Heckler & Koch MG4 e a Negev NG7.

Infográfico G1

Fuzil que abate helicóptero

Todo este material já tem autorização pelo Exército para ser adquirido, mas a corporação quer mais: pretende convencer os militares de que precisa comprar fuzis de calibres .30 e .50, restritos das Forças Armadas, mas que são usados por criminosos, podendo perfurar veículos blindados, destruir paredes e até derrubar helicópteros.

Em 2010, a PM tentou comprar os fuzis de calibre .30 e .50, mas o Exército não deixou. No entanto, diante da possibilidade de o Primeiro Comando da Capital (PCC) resgatar presidiários que estavam em unidades prisionais no interior do estado, entre eles Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, o Exército emprestou por 6 meses à PM estes fuzis e treinou policiais das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) para operar o equipamento.

A divulgação do plano de resgate da facção levou à interdição temporária do aeroporto da cidade de Presidente Venceslau, que abriga um presídio onde estava a alta cúpula do PCC, para evitar qualquer ação criminosa. Consequentemente, houve a transferência de Marcola e mais 21 detentos para penitenciárias federais em fevereiro de 2019.

“Na verdade, a PM já usou estes fuzis .30 e .50 por empréstimo e autorização do Exército (neste período em que havia o risco de resgate da facção). As armas ficaram de sobreaviso do final do ano passado até março, abril deste ano. Tivemos um treinamento com a Rota no interior, preparando-se para caso precisasse usar. Foi devolvido, mas a qualquer momento podemos pegar novamente, pois existe uma interação muito forte com o Exército”, afirma o coronel.

Licitação internacional

Segundo Camilo, o governador João Doria (PSDB) autorizou a compra de 40 mil pistolas semiautomáticas, sendo que pelo menos 8 mil devem ser entregues até dezembro. A licitação está sendo divulgada em outros países e tem previsão de publicação no Diário Oficial do Estado em 10 de julho, com a assinatura do contrato em novembro.

Há dois anos a PM fez a primeira licitação internacional para a compra de pistolas, quando a fabricante austríaca Glock sagrou-se vencedora. Até então, o monopólio do mercado pertencia à brasileira Taurus.

Isso acabou quando o armamento nacional passou a apresentar problemas, como disparos acidentais. “A PM compra Taurus porque não podia comprar outra arma, a verdade é esta. Sempre se tentou comprar outras”, salientou Camilo.

A partir do problema em São Paulo, o Exército passou a autorizar as polícias de todo o Brasil a comprar pistolas do exterior. A Glock, já utilizada pela Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, sagrou-se vencedora em muitas licitações.

Fonte: Portal G1

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