Com a inflação elevada e mostrando uma persistência bem maior que a esperada, a escalada dos juros e o alto desemprego, o número de brasileiros endividados está próximo do recorde e um velho instrumento para tentar ajudar quem está com o orçamento apertado voltou à tona com toda força: os feirões de renegociação de dívida.
Em janeiro, o Valor informou que esse tipo de iniciativa estava ganhando força. E agora, poucos meses depois, novas edições estão sendo anunciadas. Veja ao final da reportagem as datas e como participar.
Segundo um novo estudo da Serasa, o número de inadimplentes no país voltou a crescer e atingiu 64,82 milhões, muito próximo ao pico da pandemia, registrado em abril de 2020 (65,91 milhões). O valor total das dívidas alcança neste momento R$ 260,7 bilhões, quase R$ 2 bilhões a mais do que naquela época.
Novos feirões
Devido a esse cenário “extremamente difícil”, a Serasa preparou um Feirão Limpa Nome Emergencial.
“A gente terminou 2021 com expectativas boas, com o avanço da vacina, as coisas voltando a abrir, mas depois veio a ômicron e tomamos um banho de água fria. A inflação está no nível mais elevado em uma década e agora ainda temos essa guerra na Ucrânia, que não se sabe direito os efeitos que terá por aqui”, comenta Matheus Moura, gerente da Serasa.
Já o Mutirão Nacional de Negociação de Dívidas e Orientação Financeira, realizado em novembro do ano passado, também ganhará uma nova versão agora. A iniciativa, promovida pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em parceria com o Banco Central, Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e Procons de todo o país, permitirá que o devedor tenha a oportunidade de conhecer e quitar seus débitos em atraso, e tenha acesso a conteúdo exclusivo sobre educação financeira.
Em novembro e dezembro, o Feirão Limpa Nome, da Serasa, resultou na renegociação de quase 4 milhões de contratos, com mais de R$ 10 bilhões concedidos em descontos de multas e juros.
Agora, de 7 a 31 de março, mais de 33 milhões de pessoas poderão renegociar suas dívidas com mais de cem empresas, com descontos que chegam a 99% do valor total. São de bancos a empresas de telefonia, varejo, universidades e outros segmentos. Por enquanto o atendimento será 100% digital, mas a Serasa estuda a possibilidade de realizar um evento presencial, pelo menos em São Paulo.
O feirão dos bancos também vai de 7 a 31 de março. “O mutirão nacional é uma ação conjunta que não apenas contribui para o reequilíbrio orçamentário das famílias, mas, principalmente, promove a educação financeira, que é fundamental para que o consumidor consiga evitar o endividamento de risco, tenha mais informações sobre produtos e serviços bancários e melhore sua saúde financeira”, afirmou em nota Isaac Sidney, presidente da Febraban.
Segundo a federação, durante a pandemia os bancos renegociaram voluntariamente mais de 19 milhões de contratos, repactuando R$ 1,1 trilhão de saldos devedores e suspendendo R$ 150 bilhões em prestações.
Maurício Moura, diretor de relacionamento, cidadania e supervisão de conduta do Banco Central, destaca o componente de orientação financeira do mutirão. “A preparação para a negociação é um ótimo momento para o consumidor analisar a sua situação financeira. É fundamental o consumidor conhecer suas dívidas, avaliar se sua participação no mutirão é apropriada e também identificar qual o valor mensal máximo que pode pagar no acordo”, afirma.
SERVIÇO
Feirão Serasa Limpa Nome
Quando: 7 a 31 de março
Onde: online, pelo https://www.serasa.com.br/limpa-nome-online/
Mutirão Nacional de Negociação de Dívidas e Orientação Financeira
Quando: de 7 a 31 de março
Onde: online, pelo https://meubolsoemdia.com.br/Materias/mutirao-da-negociacao
Fonte: portal G1
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