Crise gera mais desemprego na metalurgia em Botucatu

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Crise gera mais desemprego na metalurgia em Botucatu 12 setembro 2015

“Tenho repetido que desde que me iniciei no sindicalismo há mais de 30 anos, nunca vi uma situação como esta”.  Foi este o comentário do diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Botucatu, José Carlos Lourenção, sobre a situação atual nas indústrias de metalurgia de grande porte de Botucatu, onde se incluem a Caio/Induscar,   Irizar e Embraer.

Salienta que esta semana a Irizar demitiu 30 funcionários e encaminhou outros 20 para a matriz, na Espanha, para onde já estão dezenas de trabalhadores que viajaram no primeiro semestre com o intuito de evitar demissões. Entretanto, em razão da baixa produção teve que demitir.

“Infelizmente a situação na metalurgia em Botucatu é muito grave e não podemos descartar mais demissões”, disse Lourenção, realçando que este ano 1.500 pessoas foram demitidas no setor, somente em Botucatu não computando outras empresas da região assistidas pelo sindicato. “Isso sem contar os trabalhadores demitidos com menos de um ano de trabalho, já que o sindicato só faz as rescisões a partir de um ano de contrato”, emenda.

Destaca que em outras regiões a situação é muito mais grave e o desemprego atinge estágios alarmantes e não há perspectivas de melhora para este ano. “Na nossa região as empresas do setor estão em estado de vigilância e algumas estão buscando alternativas, como redução de jornada de trabalho, para evitar demissões em massa. Isso foi feito na Caio/Induscar e agora a Embraer também quer reduzir a jornada de trabalho, o que acarretaria em redução de salários. Essa negociação deve acontecer nos próximos dias”, prevê Lourenção

Observa o sindicalista que embora as empresas como a Embraer, Caio/Induscar, Irizar,  entre outras, estejam buscando alternativas,  as demissões continuam acontecendo, também em empresas da região que são atendidas pelo sindicato. Cita o caso da Soletrol de São Manuel que, recentemente, demitiu 80 funcionários. A empresa tinha cerca de 200 funcionários e fez um corte de 40%.

Para ajudar os funcionários associados que foram demitidos e não recebem mais salário desemprego o sindicato está oferecendo uma cesta básica. “É uma forma de prestar ajuda até que essa situação se restabeleça, mas não podemos descartar novas demissões para este segundo semestre.  Essa crise econômica não atinge somente o setor metalúrgico, mas também outros setores”, diz.

“Queríamos aqui dizer que as empresas estão estabilizadas e que não haverá demissões, mas não podemos.  Não dá para fazer um diagnóstico positivo, pois a crise atual impede as empresas de promoverem investimentos e manter a produtividade estável.   Se não há demanda, as empresas não podem fabricar seus produtos para guardar em estoques”, colocou Lourenção. “Tem que haver rotatividade entre a fabricação, compra e venda”, complementa.

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