Alunos da FMVZ/Unesp desenvolvem projeto “Saúde única” para ensino fundamental de Botucatu

Educação
Alunos da FMVZ/Unesp desenvolvem projeto “Saúde única” para ensino fundamental de Botucatu 23 junho 2019

Projeto é executado por residentes da FMVZ Botucatu

FMVZBotucatuUma parceria entre a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp, câmpus de Botucatu, e a Secretaria de Educação do município envolveu os residentes do programa Residência em Área Profissional da Saúde em Medicina Veterinária, mantido conjuntamente por Ministério da Educação (MEC) e Ministério da Saúde (MS), num projeto que leva informações sobre o conceito de Saúde Única às crianças das escolas municipais de Botucatu, de forma interativa e lúdica.

O projeto é parte das atividades da disciplina “Saúde pública individual e coletiva para o sistema único de saúde”, oferecida aos residentes sob a coordenação dos professores Hélio Langoni e Cassiano Victória, do Departamento de Higiene Veterinária e Saúde Pública da FMVZ.

Entende-se por “Saúde Única” a interação entre saúde humana, saúde animal e ambiental, em que há dependência mútua entre elas, resultando em bem-estar humano, animal e ambiental.

A partir das demandas atuais do munícipio de Botucatu, foram selecionados temas de maior relevância em relação à saúde única como educação ambiental, cuidados com animais peçonhentos e sinantrópicos (aqueles que se adaptaram a viver junto ao homem, mas que podem causar doenças), princípios de guarda responsável de animais domésticos e higienização das mãos e alimentos.

Tais temas foram abordados junto às escolas municipais de ensino fundamental (EMEF) Escritor Prof. Francisco Ferrari Marins, Angelino de Oliveira e Américo Virgínio dos Santos. As atividades abrangeram todos os estudantes, tanto do período matutino quanto vespertino. Ao total, o projeto beneficiou 1.240 crianças.

As atividades foram desenvolvidas em quatro estandes, seguindo a mesma dinâmica de uma feira de ciências. No estande de meio ambiente os alunos aprenderam o que é poluição e como a reciclagem pode ser benéfica para preservar o meio ambiente e diminuir a contaminação. Eles também aprenderam as cores dos cestos fazendo na prática a separação do lixo reciclável em uma gincana.

No estande de animais peçonhentos os alunos puderam ver exemplares de cobra, morcego, rato e escorpiões e receberam informações sobre formas de prevenção de acidentes, como agir após um acidente, os habitats e hábitos desses animais, transmissão de doenças como a raiva e leptospirose e conservação ambiental.

Princípios de guarda responsável foram transmitidos por um estande em que as crianças se tornaram protagonista de uma história em que elas adotam um cão. A partir daí elas foram apresentadas as práticas promocionais do bem estar animal e responsabilizadas pelo compromisso assumido como guardião.

Nesse estande, além de aprenderem conceitos sobre vacinação, vermifugação, castração e identificação dos animais, elas também puderam ver parasitas gastrointestinais de potencial zoonótico.

No estande de higienização das mãos, os alunos aprenderam em quais momentos as mãos devem ser lavadas e de uma maneira divertida consolidaram a forma correta de lavar as mãos. Além das mãos, os alunos também aprenderam a higienizar frutas, legumes e hortaliças. Ficou à disposição um microscópio feito de isopor para as crianças verem laminas de colônias de bactérias. Ao final do ciclo de atividades, os alunos receberam um livreto, confeccionado pelos residentes, de jogos com os conteúdos abordados nas atividades. Como o projeto abrangeu o ensino fundamental I, os residentes adequaram a linguagem para cada faixa etária, permitindo que todos tivessem recebido as mesmas informações.

A gráfica Igral contribuiu com projeto, fornecendo a impressão dos 1300 livretos. Já os gastos financeiros com o material utilizado na confecção das atividades e papel dos livretos, assim como os custos dos deslocamentos, foram arcados pelos próprios residentes da FMVZ

No decorrer das semanas foi possível perceber a grande aceitação do projeto tanto por parte dos alunos quanto dos professores. “Os alunos fazem as atividades do livreto, tiram dúvidas e, o mais importante, disseminaram as informações em seus respectivos lares”, conta a residente Marina Salvador Gonzalez Frontana.

“Esperamos com esse trabalho ter conscientizado as crianças sobre a importância do tema “saúde única” e, por consequência, ter melhorado a qualidade de vida e suas interações com o meio ambiente, considerando a grande capacidade de apreensão de conhecimento nessa fase da vida escolar”.

Helene Cristina Sanchez, diretora da EMEF Américo Virgínio dos Santos acompanhou o trabalho dos residentes e aprovou a iniciativa. “Para nós é de extrema valia. As crianças prestam muita atenção porque são conteúdos riquíssimos e que nós trabalhamos aqui na escola também.

Além disso, as crianças falam com os pais sobre esses temas. Elas são disseminadoras de conhecimento e eu acredito no poder que isso tem de transformar a nossa comunidade. Há uma carência grande de informação e ajudar nesse sentido é nossa função social”.

Para os residentes, a experiência agrega à sua formação. Carolina de Oliveira Arantes Jorge, uma das integrantes da equipe, gosta do trabalho.

“Para nós é muito importante participar, pois é uma forma de devolvermos para a sociedade um pouco do que aprendemos na Faculdade. Além disso, é uma experiência rica. Há muita troca porque as crianças são supercuriosas e nos fazem estar preparados para responder o que elas querem saber”.

Seu colega José Fernando Nardy, complementa. “A participação no projeto nos faz sair do mundo acadêmico e levar aspectos mais práticos para as crianças. É uma experiência que traz alguns desafios e nos faz ter contato com realidades diferentes, o que é sempre importante para o amadurecimento de cada um que participa”.

O professor Cassiano Victória explicou a importância das atividades desenvolvidas durante a disciplina “Saúde pública individual e coletiva para o sistema único de saúde” para a formação dos residentes.

“A disciplina é uma atividade obrigatória dentro do Programa de Residência e este ano todos os residentes estão desenvolvendo projetos na comunidade para a resolução de problemas relacionados à saúde animal, com repercussão na saúde humana. Eles montaram equipes com diferentes áreas do programa e com o apoio dos preceptores de suas respectivas áreas escreveram as propostas sob a forma de projetos, que ao final da disciplina serão apresentados e irão compor o relatório final. São atividades que fortalecem o Programa de Residência uma vez que permitem que os residentes resolvam problemas reais que são demandas da comunidade.” (Assessoria)

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