Hoje em dia, muito se fala sobre storytelling ou – em bom português – a contação de histórias. Não que seja algo novo, já que Charles Perrault e os irmãos Grimm já se dedicavam ao tema há séculos. A diferença é que os meios se multiplicaram, e os contos que antes passavam de boca em boca, ou através de páginas ilustradas, agora possuem inúmeras plataformas, e até mesmo oficinas dedicadas ao tema.
Quadrinhos, stories do Instagram, fanfics, Tik Tok… tudo isso, no fundo, são formas de storytelling. Mas pouca gente se dá conta de uma variante igualmente incrível e frequentemente menosprezada: as histórias contadas através de máquinas.
Vamos voltar algumas décadas no tempo, até a origem dos pinballs. Nos primórdios, eles eram pouco mais do que dois flippers e inúmeros pinos providos de sensores elétricos que reagiam ao toque da bola de metal. Os pontos eram contados em um placar mecânico, com cilindros que giravam para compor as dezenas, centenas e milhares. Pela limitação técnica, era só um jogo, sem muita história para contar.
Mas então surgiram os componentes eletrônicos, e as fronteiras se expandiram. Agora, era possível incorporar novos elementos – painéis, sensores, alçapões e muitas, muitas luzes e sons. Começou então a era do storytelling nas máquinas de pinball.
Os primeiros fliperamas ‘com história’ usaram roteiros originais. Em um modelo do velho oeste, você deveria controlar a bolinha para ‘duelar’, acertando alvos específicos; ou cavalgar rumo ao poente; ou roubar o banco. Se o tema era carros, você deveria ‘dirigir’ o veículo a uma garagem ou acelerar em uma rampa. Cumprir as tarefas propostas rendia mais pontos e destravava novos desafios.
Logo a indústria do entretenimento viu o potencial desses instrumentos e surgiram os modelos temáticos, que aproveitavam uma história existente, geralmente de um filme. De Volta Para o Futuro, Máquina Mortífera, Star Wars e Batman, entre outros, ganharam suas próprias versões. E, muito embora o consumo desse tipo de jogo tenha diminuído, ainda hoje é uma ferramenta de marketing importante: Stranger Things, o seriado icônico da Netflix, também virou pinball.
Artistas também embarcaram na onda e ganharam suas versões em fliperama. As bandas Rolling Stones, Metallica e AC DC são algumas das que juntaram rock com bolinhas, e até a sensualmente apavorante Elvira teve sua máquina, além de uma homenagem de Anitta. Porque não basta fazer música, é preciso contar uma história.
Se os pinballs são os bisavôs das máquinas com storytelling, há uma nova geração que chegou com tudo. As famosas slot machines, que podem ser encontradas em um cassino, também são jogos de contar histórias. E haja história! São tantas opções que as adoráveis maquininhas são divididas por temas, que vão de aventura à natureza, de fantasia à ficção científica.
Sem o compromisso de manter uma bola em jogo, as slots permitem que você se delicie ainda mais com o enredo que elas contam. Alguns tópicos são recorrentes, como Egito Antigo ou Explorador da Selva. Esses gêneros são apresentados de várias formas, mas sempre de uma maneira envolvente, que traz o usuário para dentro da ação, criando uma expectativa a cada spin.
E outros temas também contam seus contos: épicas histórias medievais, com cavaleiros e princesas; aventuras submarinas ou nas savanas africanas; dramas com suspense ao estilo da Inglaterra vitoriana; ou simplesmente clássicos de cassino, com os elementos tradicionais colocados de uma forma dinâmica e envolvente.
Tudo isso posto, fica aqui um convite: da próxima vez que der um tranco em um pinball, ou que se divertir com uma colorida máquina de slot, preste atenção aos detalhes, às luzes, às imagens. Esses jogos têm uma história para te contar. Cabe a você ver, ouvir e se divertir.
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