Preservacionista explana sobre criação de aves em cativeiro

Ecologia
Preservacionista explana sobre criação de aves em cativeiro 26 setembro 2015

Se depender dos criadores preservacionistas  autorizados pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Produtos Renováveis –  Ibama, muitas espécies de aves estão preservadas por muitas décadas. Isto porque os pássaros, quando criados em cativeiro, respeitando todas as condições de bem-estar vivem, pelo menos, três vezes mais do que os que estão na natureza.  Nas florestas e matas, devido aos predadores naturais e à crescente degradação ambiental, com desmatamentos e queimadas, eles só conseguem sobreviver por 5 a 8 anos.


O presidente da Associação Ornitológica de Botucatu (AOB), Dijon Henrique Salomé de Campos, salientou que Botucatu continua sendo um celeiro de criadores de pássaros como os da espécie conhecida como curió e muitas matrizes estão espalhadas por diferentes regiões brasileiras.  Diz que, além de proteger as espécies, o principal motivo que mobiliza os criadores é também preservar a beleza do canto dessas aves. Por isso muitos campeonatos são realizados no País.  

“Os eventos são autorizados pelo Ibama e cada pássaro possui anilha (anel) própria no pé com informações sobre ano de nascimento, número de identificação junto ao Ibama e Estado de origem.  Nossa Associação segue rigorosamente as determinações do Ibama para a atividade preservacionista que exige uma combinação de cuidados com boa alimentação (sementes, rações e frutas), local adequado, higienização, vermifugação e administração de vitaminas e suplementos alimentares”, elenca Dijon.

Segundo o presidente criar aves para serem cantoras em torneios é uma arte que exige amor e dedicação, pois assim como os cantores humanos, os pássaros têm voz e estilo próprios de interpretação. Para isto, eles são "ensinados" a entoar a melodia de forma cada vez mais harmoniosa.

"O ensinamento busca cada vez mais aperfeiçoar a qualidade do canto",  explica Dijon.  “A dedicação dos criadores revela-se no processo de ensinamento, que pode acontecer de duas formas: por meio de instrutores, quando a ave ainda filhote ouve pássaros adultos que já cantam com perfeição; ou por meio de CDs, com cantos encartados de instrutores”, completa.

Dijon destaca que, além do curió,  outras aves são bastante procuradas por criadores conservacionistas, como:  bicudo,  sabiá, galo de campina, cardeal, trinca-ferro, azulão, coleirinha, canário da terra, entre muitas outras. “Porém,  é preciso alertar que para  manter uma ave da fauna brasileira em cativeiro é necessário a autorização do Ibama e ter a anilha que é colocada no pássaro em seus primeiros dias de vida. Sem essa autorização a pessoa que mantiver aves em cativeiro pode responder por crime ambiental”, alerta o presidente da AOB.

Para encerrar Dijon  realça que  os pássaros reproduzidos em cativeiro também já têm o ambiente humano como o natural. Se forem soltos na natureza não conseguem sobreviver.  “Também é crime tirar uma espécie do seu habitat natural e muitas aves só estão preservadas devido a reprodução em cativeiro”.

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