Presidente da Estopim da Fiel explica ausência no carnaval

Cultura
Presidente da Estopim da Fiel explica ausência no carnaval 16 fevereiro 2015

Nos desfiles das escolas de samba de rua deste ano, a grande ausência foi Estopim da Fiel, que nos anos anteriores sempre esteve entre as primeiras  colocadas na pontuação geral.  O presidente André Carmoni fez um desabafo e explicou os motivos de a escola optar por não participar do carnaval em Botucatu. Segundo ele, a escola teria sido desprestigiada  e desrespeitada pela Secretaria de Cultura, responsável pelas festividades carnavalescas.

“Na primeira reunião que aconteceu este ano, foi sugerido pela secretaria que seria disponibilizado R$ 60 mil para ser dividido entre todas as escolas participantes, mas ela (Secretaria) ficaria isenta das demais despesas decorrentes do carnaval, como a instalação do som, por exemplo. A proposta não foi aceita e definiu-se que não haveria desfiles das escolas de samba este ano em Botucatu. Dias depois foi realizada uma nova reunião e nós não fomos convidados”, reclama.

Afirma o presidente que nos desfiles do ano passado a Estopim já havia sido prejudicada com as notas dadas pelos jurados. “Tivemos notas muito baixas, principalmente, nos quesitos Bateria e Mestre Sala e Porta Bandeira, só para citar dois deles. Quem conhece um pouco de carnaval sabe que nossas notas foram injustas. Além disso, a Escola Acadêmicos do Beira Rio desfilou com uma Porta Bandeira mirim. Fizeram de tudo para que e escola, por estar estreando,  fosse a campeã”,  desabafa.

E ele vai mais longe. “Também estava definido que cada escola teria um tempo determinado para completar seu desfile para não sofrer punição e perder pontos por cada minuto excedente. A Beira Rio ultrapassou o tempo em vários minutos e não foi punida. Quem cronometrou foi um assessor da própria secretaria (Benedito José Gamito). Pode perguntar a ele. Tem mais: nenhum diretor da escola quis assinar a súmula registrando o tempo excedido. Quiseram justificar o injustificável. Se os pontos tivessem sido tirados o resultado da apuração seria outro”, garante o presidente da Estopim.

Ele prossegue seu desabafo. “É preciso que se coloque gente qualificada e que entenda de carnaval para julgar os quesitos com isenção. Tudo que fizeram com a gente nos dois últimos dois anos nós ponderamos e estávamos pensando em desfilar em 2015 fazendo um enredo para homenagear o ex-presidente Andrés Sanches, mas fomos desrespeitados e optamos em não participar do desfile”, concluiu.

Em sua defesa o secretário de Cultura, Osni Ribeiro, ressaltou que em janeiro foi divulgado um edital público onde as agremiações interessadas em desfilar no carnaval deveriam preencher um questionário sobre os direitos e deveres de cada escola que se interessasse em participar dos desfiles de rua. Não houve reunião para definir valores que as escolas iriam receber.

“Procuramos com esse edital fazer o carnaval da maneira mais democrática possível, dando a oportunidade para todos que quisessem desfilar. Ainda não sabíamos quantas escolas se interessariam, mas cada uma poderia receber da Prefeitura até R$ 15 mil. Nesse questionário havia algumas exigências sobre o número mínimo e máximo de componentes em algumas alas, como bateria, comissão de frente e baianas. Esse edital era uma exigência da Prefeitura para disponibilizar verba e foi preenchido por quatro escolas e a Estopim não entregou o dela. Ele (edital) ainda está lá no site oficial da Prefeitura para quem quiser ver”,  explica Ribeiro.

Sobre a Estopim ser prejudicada pelos jurados no ano passado, Ribeiro foi taxativo. “A gente não pode interferir neste aspecto porque cada jurado tem liberdade de votar de acordo com a sua convicção. Rechaço, porém,   qualquer possibilidade de o júri ter sido influenciado para favorecer alguma escola. O resultado final de um concurso nunca agrada todo mundo, mas a decisão tem que ser respeitada. Nossa idéia, desde o ano passado, era eliminar o concurso, já que não existe premiação extra para a escola campeã.  Entretanto, as próprias escolas quiseram concurso e nós acatamos”, explicou o secretário.

Quanto ao atraso denunciado por Carmona sobre o tempo excedido pela Beira Rio, o secretário isenta a escola de culpa. “Na verdade o atraso foi da Prefeitura, que teve problemas técnicos com o carro de som. Acho que foi por isso que a escola não quis assinar a súmula. A culpa pelo atraso, repito, foi da Prefeitura e não da escola”, afirma Ribeiro, complementando: “Nossa intenção é fazer uma festa para Botucatu e não temos interesse em prejudicar ninguém. Muito pelo contrário. Quanto mais escolas participarem mais bonito será o carnaval”.

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