Saúde em pauta: Refluxo

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Saúde em pauta:  Refluxo 10 fevereiro 2015

Antes mesmo de colocarmos um alimento na boca, a primeira etapa da digestão já está acontecendo em nossa cabeça. Basta perceber que estamos com fome ou “vontade de comer”, pronto, os órgãos da digestão começam a trabalhar.

Há aumento da salivação e do suco gástrico (rico em substâncias ácidas), responsável pelo trabalho de digerir os alimentos. Antes de engolir, trituramos os alimentos na mastigação, misturando-os à saliva.

                O alimento triturado começa a percorrer o esôfago, um tubo muscular localizado no meio do peito, que conduz o alimento da boca até o estômago.

                No final desse tubo, existe uma espécie de “válvula” (esfíncter) que se abre para o alimento passar para o estômago. Em seguida o esfíncter se fecha, impedindo que o suco gástrico e os alimentos voltem ao esôfago. Quando essa válvula não funciona bem, ocorre o refluxo do conteúdo do estômago para o esôfago.             

                A camada de células que reveste o tubo digestivo não é igual do começo ao fim, possuindo diferentes características ao longo do percurso. No esôfago, por exemplo, é mais frágil e não suporta o contato prolongado com a acidez estomacal. Então, se o suco gástrico sobe (reflui) para o esôfago, provoca queimação que vai do estomago ao peito, podendo chegar até a garganta. A sensação que o refluxo provoca é a tão famosa azia. Mais raramente, o suco gástrico pode subir até a boca com o alimento, ocorrendo o que denominamos regurgitação.

                A azia, o principal sintoma do refluxo, pode ocorrer com qualquer um de nós quando comemos demais. Mas se é freqüente, a pessoa pode ter Doença do Refluxo Gastro Esofágico. Na maioria dos casos, trata-se apenas de irritação da mucosa que provoca a queimação. Em outros casos, o refluxo freqüente acaba provocando lesões na parte inferior do esôfago. Por intermédio de um exame chamado Endoscopia, é possível saber se o esôfago apresenta ou não outras lesões. A pessoa pode ter refluxo com ou sem lesões. O tratamento é importante para ambos os casos.

                Tosse, rouquidão, bronquite, asma e dor no peito algumas vezes podem ser provocados pelo Refluxo. São os chamados sintomas atípicos e só seu médico poderá distingui-los com precisão.

Dependendo da intensidade de seus sintomas e dos resultados dos exames, seu médico pode recomendar a mudança de hábitos comportamentais e alimentares, o tratamento medicamentoso ou ambos.

                Se a azia ocorre uma vez ou outra, um antiácido comum ajuda a aliviar os sintomas. Se for freqüente, seu médico poderá prescrever os medicamentos que fazem desaparecer a queimação em um ou dois dias. Esses mesmos medicamentos podem curar lesões no estômago e ou esôfago, mas, quando se suspende a medicação, em geral a queimação reaparece, já que a origem do problema está no mau funcionamento da válvula. Então, manter a medicação por um tempo maior vai depender da decisão conjunta entre paciente e médico.

                Pode-se considerar e indicar uma cirurgia que impede o refluxo do suco gástrico. Hoje em dia, existe a cirurgia laparoscópica, que dispensa a necessidade de abrir a barriga. Esse recurso é indicado quando existe uma hérnia de hiato, que prejudica ainda mais o funcionamento do esfíncter do esôfago.

                É bom não se descuidar, pois A DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO não é brincadeira, se não tratada corretamente, pode ocasionar graves prejuízos à sua Saúde.

 

Informações técnicas cedidas gentilmente pelo :  

DR. Carlos Eduardo Soares Souza Lima –  CRM  SP 108.858  

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