Dizia o capacho ao tapete:
– Como eu gostaria de ser como você: sempre limpo, vistoso e apreciado por todos!
O tapete então respondia orgulhosamente:
– Pois é, sou muito bem tratado e cuidado, pois as pessoas me poupam da sujeira, limpando os pés primeiro em você. Assim posso conservar sempre vivas minhas cores e minha maciez.
Não suportaria ser como você, frequentemente recebendo a sujeira dos outros, pisado e maltratado.
Algum tempo depois, houve uma grande enchente naquele local. Muitas casas foram atingidas, inclusive aquela onde moravam o tapete e o capacho.
Após a tempestade, os moradores uniram-se em mutirão para fazer a limpeza do local.
Encontraram o tapete e o capacho cheios de lama. Na tentativa de recuperá-los, lavaram os dois igualmente.
Entretanto, notaram que o capacho, por ser mais resistente, voltou ao que era antes, ao passo que o tapete, não acostumado com os reveses da vida,não suportou a situação: ficou irrecuperável.
E como perdeu função, foi jogado no lixo.
Muitas pessoas preferem ser tapete a capacho, isto é, preferem ser poupadas dos problemas, das dificuldades, pensando ser mais vantajoso viver assim.
Entretanto, quando chegam os reveses da vida, não estão preparadas para enfrentá-los.
Sentem-se fracas, incapazes de se recuperarem.
Na vida, algumas vezes é melhor ser capacho do que tapete.