Servidores da Unesp de Botucatu protestam contra atraso no pagamento do 13º salário

Cidade
Servidores da Unesp de Botucatu protestam contra atraso no pagamento do 13º salário 16 janeiro 2019

Servidores autárquicos da Unesp de Botucatu (SP) fizeram uma manifestação na tarde desta quarta-feira (16) em frente ao Largo da Catedral. Com faixas e cartazes, eles seguiram em passeata pelas ruas do centro de Botucatu e fizeram panfletagem. O protesto começou às 14 horas e durou cerca de uma hora. Os trabalhadores entraram em greve na segunda-feira (14) contra o atraso no pagamento do décimo terceiro salário.

Segundo a organização, cerca de 300 manifestantes, entre trabalhadores e aposentados, participaram do ato. A Polícia Militar informou que cerca de 250 pessoas protestaram no centro de Botucatu. No estado todo, a situação afeta cerca de 12,5 mil servidores, desses, 2.500 trabalham no campus de Botucatu.

Em reunião extraordinária da Comissão de Orçamento, realizada na terça-feira (15), a Reitoria propôs pagar o 13° salário dos estatutários da Unesp em quatro parcelas: a primeira em fevereiro e as seguintes em maio, agosto e outubro, sendo as três últimas condicionadas ao resultado da arrecadação do ICMS, sem correção.

Segundo o Sindicato, a proposta é mais um agravante na opção política adotada pela administração da Unesp. O sindicato disse ainda que o 13º salário dos estatutários da Unesp é a única dívida não paga pela Universidade.

Unesp

A Unesp pagou o 13º salário apenas para os funcionários contratados pelo regime da CLT, com carteira assinada. Os servidores estatutários não receberam o benefício. Na região Centro-Oeste Paulista, aproximadamente 4 mil servidores são afetados pela falta de pagamento. Desde o segundo semestre do ano passado, a reitoria está detalhando esta situação à comunidade universitária, mantendo-a informada da crise orçamentária e financeira da universidade. Ainda não há uma data prevista para o pagamento do 13º salário de 2018 para os servidores autárquicos.

Conforme fora anunciado pelo reitor na reunião do conselho universitário de dezembro de 2018, no caso de não se concretizar o crédito suplementar extra-limite por parte do governo estadual, a Unesp convocaria para a segunda quinzena deste mês de janeiro reunião extraordinária do conselho universitário para revisar a proposta orçamentária de 2019 e readequá-la para o pagamento devido.

Em nota, a Unesp disse que no fim do ano passado pediu ao governo do estado um crédito suplementar para pagar o 13° aos funcionários, mas até agora não recebeu o dinheiro. A reitoria informa que, em todo o estado, os atrasos somam R$ 175 milhões.

A assessoria de imprensa do Estado de São Paulo informou em nota que até setembro do ano passado, a universidade recebeu do estado um montante da ordem de R$ 1,7 bilhão e que uma suplementação ainda será avaliada pela nova gestão.

A situação não é nova e também aconteceu com o pagamento do décimo terceiro de 2017. Na ocasião, o atraso no pagamento chegou a provocar paralisações e protestos em alguns campi. A situação fez com que a Justiça determinasse que Unesp fizesse o pagamento integral a todos os funcionários.

De acordo com Rosana Bicudo, coordenadora do sindicato dos trabalhadores da Unesp, a situação que se repete pelo segundo ano seguido tem obrigado muitos servidores a recorrer até a empréstimos para saldar as contas do fim de ano.

Segundo a reitoria, caso o crédito suplementar não seja liberado pelo governo, será convocada uma reunião extraordinária do Conselho Universitário para “revisar a proposta orçamentária de 2019 e readequá-la para o pagamento devido”.

Segundo a Unesp, essa reunião deve ocorrer provavelmente no próximo dia 22.

Compartilhe esta notícia
Oferecimento
Salles institucional
Oferecimento