Rastreamento de sinal de celulares indica que não há isolamento em Botucatu

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Rastreamento de sinal de celulares indica que não há isolamento em Botucatu 03 abril 2020

Baixo número de pessoas que estão em isolamento em Botucatu, segundo pesquisa

Isolamento em Botucatu
Reprodução Facebook 

A Prefeitura de Botucatu apresentou na tarde desta sexta-feira, 03, um estudo que mostra números do chamado isolamento social durante a pandemia do coronavírus. Os dados apresentados não condizem com o posicionamento que a administração vem tomando junto com o Hospital das Clínicas, seguindo orientações no Ministério da Saúde e OMS.

A iniciativa da pesquisa é do Infectologista Julio Croda, diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde. O trabalho está medindo o isolamento social através do monitoramento de sinais de celulares.

Foi detalhado um mapa feito após o rastreamento dos aparelhos em toda a cidade nas últimas semanas e os números são desanimadores. Pelo estudo, há uma intensa movimentação dos aparelhos no município, apesar das medidas adotadas, como fechamento do comércio, escolas, entre outros pontos.

Basicamente, de uma forma lógica, a concentração de celulares parados (ver mapa abaixo) mostra a parcela que está respeitando o isolamento. Já o gráfico que indica deslocamento, traduz o grupo que não está respeitando a quarentena.

Praça do Bosque nesta sexta-feira (03) repleta de veículos

Números do isolamento 

Segundo a pesquisa, apenas 46% dos celulares se comportam no rastreamento como se estivessem em um único local, ou seja, isolamento social. Já os celulares que se movem constantemente indicam, na teoria, que 54% da população não está em quarentena ou isolamento social.

Para termos comparativos, enquanto em Botucatu a taxa de isolamento social é de 46%, na capital paulista esse número sobe para 59%. A maior cidade do Brasil tem mais de 12 milhões de habitantes e Botucatu aproximadamente 146 mil.

É consenso entre pesquisadores e técnicos da Secretaria de Saúde do Estado que a menor adesão do interior ao isolamento reflete uma falsa sensação de segurança. No entanto, em todo o estado, internações por doença respiratória grave cresceram 5 vezes em relação ao mesmo período de 2019.

É claro, que o estudo é apenas uma base, não totalizando a população. Apesar disso, os dados mostram que seguramente o pedido do famoso bordão “fique em casa” não surtiu o efeito desejado na maior parte da população.

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