Greve geral: Carros de sindicatos impedem saída das empresas de ônibus em Botucatu

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Greve geral: Carros de sindicatos impedem saída das empresas de ônibus em Botucatu 28 abril 2017

Fotos Acontece Botucatu

Programada para acontecer nesta sexta-feira, dia 28, em todo o país, a greve geral já deu sinal em Botucatu. Diversos carros, conduzidos por pessoas ligadas aos sindicatos da cidade, estão bloqueando a saída dos ônibus das duas empresas que fazem o transporte coletivo em Botucatu.

Os sindicalistas chegaram por volta das 4h30 da madrugada na portaria das empresas. Além das duas, que fazem o transporte público de Botucatu, a empresa Vale do Sol, que faz o transporte de trabalhadores de várias indústrias do município, também teve o acesso e saída bloqueados.

“A gente teve um acordo com a Polícia Militar e os ônibus só vão rodar a partir das 9 horas da manhã. A intenção do movimento é chamar a atenção da sociedade sobre as reformas que estão colocando goela abaixo da gente, tirando direitos de 40 anos da noite para o dia”, disse Anderson Inácio da Silva, presidente do Sindicato da Construção Civil de Botucatu.

Além desse sindicato, estavam no movimento sindicatos dos metalúrgicos e Sintaema (Sabesp), porém, o sindicato dos motoristas de transporte coletivo não estava no local, nem sabia do ato. “Sempre houve isso (trancar as saídas). você tem que dificultar um pouco e também conversar com os trabalhadores. Temos que conscientizar, pois estamos todos no mesmo barco”, disse José Carlos Lorenção, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos.

A reportagem do Acontece Botucatu conversou com os motoristas de ambas as empresas, que não quiseram dar declarações, mas um deles, que pediu para não ser identificado, disse que um colega tentou sair com um coletivo, porém, sindicalistas entraram na frente do veículo, começaram a gritar e chutar as rodas, impedindo a saída. Os representantes das empresas conversaram e disseram que todos os funcionários estão da porta para dentro e querem trabalhar, mas foram impedidos. Ambas as empresas irão aguardar a liberação dos sindicatos.

Há informações extraoficiais que uma carreata será realizada na manhã de hoje nas ruas do comércio de Botucatu. (Fotos Acontece Botucatu)

Relembre 

Sindicatos e associações estão se mobilizando para uma paralisação geral nesta sexta-feira, dia 28, em todo o país. Trata-se de uma retaliação dos trabalhadores contra as mudanças na Legislação Trabalhista e Previdenciária.

Em Botucatu, 8 sindicatos estão preparando ações de paralisação, embora não esteja claro quanto tempo o movimento irá durar. Os sindicalistas fazem suspense do que irá ocorrer, mas deixam claro a intenção de que todos os serviços sejam anulados por um dia todo.

“É um ato inédito, terá um impacto grande na cidade, mas não dá pra fornecer mais detalhes, senão, o que estamos pretendendo pode virar contra a gente e não iremos conseguir fazer. Mas Botucatu pode esperar amanhã que os sindicatos vão estar na rua para fazer algo que nunca aconteceu na cidade. Esperamos que os trabalhadores entendam o que seja isso”, disse José Luiz Fernandes, diretor social do Sindicato da Construção Civil em Botucatu.

Segundo ele, os sindicalistas farão um pedido aos trabalhadores, que fiquem em casa ou que não entrem em seus empregos para que o movimento ganhe força. “Estamos pedindo para o pessoal nem sair de casa e se o trabalhador chegar na frente do seu serviço e ver um sindicalista, que respeite, vá lá dialogar e a gente vai pedir para que ele não trabalhe. Deixo claro que iremos apenas pedir, não obrigar ninguém. A gente orienta para que as pessoas fiquem em casa, para o trânsito e comércio pararem na cidade, é o que a gente quer e pretender fazer”, ressaltou em entrevista à Rádio Criativa FM na manhã desta quinta-feira, dia 27.

Os Sindicatos estão se reunindo desde a última semana para a mobilização e os líderes sindicais relataram que estão trabalhando junto com os servidores públicos municipais e estaduais. Segundo eles, comércio, transporte coletivo e outros serviços não devem funcionar em Botucatu.

“Estamos trabalhando para este fim, de paralisar tudo. Espero que pare comércio, empresas, mas tudo de forma ordeira. Ainda vamos nos reunir nesta tarde com outros sindicatos, mas posso garantir que Botucatu marcará presença nessa paralisação, parando tudo, comércio, industrias, transporte, entre outros”, disse José Carlos Lourenção, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos.

Comércio irá trabalhar

A reportagem do Acontece Botucatu fez contato com o Sindicato dos Empregados do Comércio, o Sincomerciários. Segundo o presidente Sérgio Ortiz, essa paralisação não deve ocorrer no comércio de Botucatu, ao contrário do que afirmam os organizadores do movimento.

“Para os outros sindicatos é fácil falar isso, mas aqui é diferente, pois são aproximadamente mil empresas ou estabelecimentos comerciais, ou seja, não dá para paralisar. Como vou dizer para um empregado do comércio parar sendo que ele ganha por comissão? Como que um gerente de uma grande loja de rede aqui em Botucatu vai dizer para a matriz que ele vai parar? Ele está na rua na hora. Então acredito que no comércio ninguém vai parar”, disse Sérgio Ortiz ao Acontece Botucatu.

Transporte coletivo irá funcionar 

O Acontece Botucatu também procurou conversar com as empresas que operam no transporte coletivo em Botucatu. Ao contrário do que pretendem os sindicatos que estão organizando a paralisação, São Dimas e Stadtbus estarão rodando seus ônibus normalmente, segundo suas respectivas gerencias.

“Não vamos parar, vamos correr normalmente e estamos tomando medidas preventivas se alguém criar problemas na entrada de nossos funcionários. Da nossa parte e de nossos funcionários não há nenhum tipo de iniciativa, nenhuma ação interna sobre essa paralisação”, disse a direção da Stadtbus em Botucatu.

“Estamos preocupados, pois recebi informações sobre isso, mas posso afirmar que nossos funcionários estarão aqui para trabalhar a partir das 5 horas da manhã”, disse Jonilton Coelho, Gerente da São Dimas.

Há informações de que professores podem cruzar os braços em Botucatu. Segundo os organizadores, algumas obras devem ser paralisadas. Há a expectativa de movimentos na frente de algumas fábricas, como Caio Induscar e Embraer.

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