HCFMB aprimora Protocolo de Atendimento às Vitimas de Violência Sexual

Saúde
HCFMB aprimora Protocolo de Atendimento às Vitimas de Violência Sexual 24 outubro 2016

A violência sexual não escolhe faixa etária, cor, raça, credo ou classe social.

 unesp-abuso-sexualA Violência Sexual é um fenômeno universal que atinge, indistintamente, homens e mulheres em qualquer etapa da vida. Diante de dados alarmantes nas estatísticas estaduais, foi implantada a Lei 12.845 de 01 de agosto de 2013 que estabelece atendimento diferenciado às vítimas de violência sexual (VVS) em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS).

Em 2005, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) incorporou ao seu quadro de serviços assistência a essa população com base no Protocolo de Ações Integradas de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual criado pelo Governo do Estado de São Paulo (23/09/2003).

O HCFMB oferece atendimento especializado às vítimas de violência sexual e reúne nessa assistência diversos profissionais da área da saúde, como médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos, além de contar com o apoio, quando necessário, da Delegacia da Mulher, do Instituto Médico Legal, Conselho Tutelar, Ministério Público e da Guarda Municipal. “São muitos grupos envolvidos. Conseguir concentrar essa assistência é uma melhoria significativa no atendimento desses pacientes”, explica Cristiane Chiloff, gerente multiprofissional do HC.

A violência sexual nem sempre é explícita; muitas vezes ela é identificada durante uma consulta ou exame físico. “Habitualmente, o caso da violência sexual é de diagnóstico difícil, pois normalmente não há marcas físicas dessa agressão, sendo uma situação muito complexa na qual nós temos o envolvimento, não apenas da vítima, mas de toda família e da sociedade”, conta a docente da pediatria que também atua no Serviço de VVS do HCFMB, Joelma Gonçalves Martin.

Desde 2005, o HCFMB registrou uma média de 76 casos por ano. Segundo as estatísticas do governo, esse número é expressivo. “No nosso caso, de forma semelhante à literatura, proporcionalmente as meninas sofrem mais violência que os meninos e, na área pediátrica, onde atendemos de 0 a 15 anos incompletos, existe uma prevalência da agressão a crianças entre 6 e 10 anos. Até o mês de agosto de 2016 já foram notificados 70 casos”, conta Joelma.

“Em torno de 50% dos pacientes atendidos no HCFMB são de Botucatu, por volta de 15% são de São Manual, e 10% de Itatinga. Sabemos que todas as cidades da região, inclusive de outras áreas do Estado também já foram, em algum momento, acolhidas no serviço”, explica Joelma.

A psicóloga Paula F. Ranalli destaca a importância da notificação dos casos de suspeita de violência sexual, bem como do preparo da equipe que vai receber esses pacientes, oferecendo um ambiente protegido e acolhedor visando o cuidado integral dessa população. “Algumas queixas físicas ou mudanças comportamentais podem fazer com que se levante a hipótese de violência sexual. Não apenas familiares, mas cuidadores e professores das crianças devem estar atentos a queixas como dor de cabeça sem explicação orgânica, dores abdominais recorrentes, alterações urinárias, alterações comportamentais, queda do rendimento escolar, fobias, pesadelos e curiosidade sexual exacerbada”, ressalta Paula.

Além disso, o olhar cuidadoso da família deve se atentar ao fato que a agressão sexual habitualmente acontece por alguém próximo à criança, muitas vezes de seu convívio familiar, aparentado ou não, sendo necessária atenção dobrada quanto aos que delas cuidam.

Assessoria de Imprensa

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