Irizar deve continuar com redução de jornada e salários em Botucatu

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Irizar deve continuar com redução de jornada e salários em Botucatu 26 outubro 2016

id_23433_onibusA Irizar do Brasil, com unidade em Botucatu, na rodovia Marechal Rondon, deve continuar com a redução na jornada de trabalho e salários. A afirmação foi feita nesta quarta-feira, dia 26, por Mikel Encenarro, diretor geral da Irizar Brasil.

Há três meses, funcionários da empresa votaram favoráveis pela redução de 25% na jornada de trabalho e salários. A medida é vista como a única forma de manutenção dos empregos.

Em conversa com o Acontece Botucatu, o diretor geral da Irizar Brasil disse que proposta de renovação da redução será por mais 3 meses. “A Irizar está apresentando aos funcionários uma proposta de renovação do acordo de redução de jornada e salário nos mesmos termos que o acordo atual, para os próximos 3 meses. A medida proposta serve para afrontar a grave crise que estamos vivendo no setor de fabricação de ônibus”, expôs Mikel.

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Mikel Encenarro: “Estamos provavelmente no momento mais complicado da crise”

Ele aproveitou para falar sobre o atual momento da Irizar Brasil frente à crise econômica. “Estamos provavelmente no momento mais complicado da crise, e esperamos ter uma melhora para o ano que vem”, enfatizou o executivo ao Acontece Botucatu.

Na prática, com a continuidade da redução, os empregados trabalham com semanas alternadas, sendo que em uma folgam na quinta e sexta feira, na outra apenas na sexta feira. A medida faz que com a meta de 25% seja atingida.

“Essa medida vai terminar agora no dia 02 de novembro. A empresa já procurou o Sindicato e estamos conversando para que a gente realize uma assembleia com os trabalhadores, para aceitação ou não dessa renovação de redução, digamos assim. Vamos fazer essa assembleia, ouvir os funcionários, pois poucos carros estão sendo produzidos. Essa votação na próxima semana vai definir a situação”, colocou José Carlos Lourenção, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Botucatu.

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Lorenção e Miguel Silva: Sindicato está conversando com a Irizar sobre continuidade da redução

Atualmente a Irizar mantém 420 pessoas empregadas em Botucatu, sendo que 100 funcionários estão nas unidades da empresa no exterior, como na matriz Espanha e filiais no México e Marrocos. Caso a redução na jornada de trabalho e salário não seja aprovada em assembleia, as consequências poderão ser mais graves.

“Eu vejo que se a redução não for renovada, a empresa não terá condições de manter esses trabalhadores. A produção é baixa e a situação fica cada dia mais complicada. Os trabalhadores estão conscientes dessa situação”, disse Miguel da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos.

Na última terça-feira, dia 25, Irizar e Sindicato se reuniram pela primeira vez para tratar da provável renovação na jornada de trabalho. Entre 2014 e 2015 a empresa que fabrica ônibus rodoviários tinha uma produção de 3 carros ao dia. Atualmente a não passa de um veículo fabricado por dia.

Caio está com jornada reduzida

caioA Caio Induscar também adotou a redução de 25% na jornada e salário como medida preventiva para combater a crise. A prática teve início no dia 10 de outubro e é válida por 3 meses. Durante esse período, os funcionários terão estabilidade de seus empregos.

Para minimizar os impactos da redução salarial, os colaboradores que têm direito, terão adiantamento do 13º salário (15% no final de outubro, 35% no final de novembro e os 50% restantes em dezembro de 2016). Também serão mantidos benefícios como plano de saúde, alimentação na empresa e transporte.

Antes da redução, aproximadamente 120 funcionários foram dispensados da empresa e as rescisões foram feitas neste mês pelo Sindicato dos Metalúrgicos. Em 2014 a Caio –Induscar tinha uma produção de 35 carrocerias por dia. Atualmente a empresa emplaca apenas 12 carrocerias na linha de produção.

“Assim como outros segmentos, o de ônibus sofreu o impacto da instabilidade política e econômica do país, resultando numa diminuição drástica de nossa demanda de produção. Não temos previsão de melhora, pois dependemos muito de decisões governamentais, principalmente sobre condições de compra, como financiamentos, juros e tarifas de ônibus”, disse recentemente ao Acontece Botucatu o diretor industrial da Caio Induscar, Maurício Lourenço da Cunha.

 

 

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