Projeto detecta obesidade infantil nas escolas

Turismo
Projeto detecta obesidade infantil nas escolas 29 novembro 2013

A coordenadora de Atividades Esportivas da Secretaria Municipal de Educação, professora Gisele Bertolloni, realizou uma palestra na Escola Municipal de Ensino Fundamental Angelino de Oliveira, direcionada aos pais de alunos, sobre a conscientização da obesidade infantil.

A palestra faz parte do projeto Saúde na Escola, idealizado por Bertolloni e pela terapeuta ocupacional Marileide de Sousa Vieira com o objetivo é realizar o levantamento de crianças com obesidade (baseado na classificação do IMC) nas escolas da rede municipal de Botucatu.

Através desse levantamento, a intenção é orientar os profissionais das escolas, alunos, pais e familiares quanto aos danos causados pela obesidade e as mudanças que deverão ocorrer para sanar o problema. O projeto também estabelece um programa de atividade física para o tempo de lazer de crianças e adolescentes com obesidade, diminuindo assim o tempo que elas gastam em atividades sedentárias.

Segundo Gisele Bertolloni, a escola Angelino de Oliveira, localizada na Vila Antártica, foi a primeira a ter os seus alunos avaliados e o resultado foi alarmante.

“Dos 500 alunos observados na Escola Angelino, com idades entre 6 e 11 anos, 120 foram classificados como obesos, isto é, cerca de 20% dos estudantes estão com peso acima do normal, o que é considerado um valor alto”, explica.

Seguindo o roteiro apresentado pelo projeto, a partir dos resultados das avaliações dos alunos, foi realizada uma palestra com os professores da unidade escolar e também uma palestra com os pais sobre a conscientização da obesidade infantil, onde receberam uma cartilha explicativa sobre alimentação e atividades físicas.

O próximo passo será encaminhar os alunos considerados obesos para os profissionais de Saúde, onde receberão todas as orientações de como proceder para reverter esses quadros.

{n}Esporte é saúde{/n}

É consenso que a obesidade infantil vem aumentando de forma significativa e que ela determina várias complicações na infância e na idade adulta. Na infância, o manejo pode ser ainda mais difícil do que na fase adulta, pois está relacionado a mudanças de hábitos e disponibilidade dos pais, além de uma falta de entendimento da criança quanto aos danos da obesidade.

De acordo com relatos da Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência de obesidade infantil tem crescido em torno de 10% a 40% na maioria dos países europeus nos últimos 10 anos. A obesidade ocorre mais frequentemente no primeiro ano de vida, entre 5 e 6 anos e na adolescência.

A promoção da aptidão física por meio de exercícios físicos é recomendada desde a infância como estratégia para prevenir sobrepeso e obesidade na adolescência. A aptidão física relacionada ? saúde resultante de atividade física regular traz benefícios ? criança, pois seus componentes (aptidão cardiorrespiratória, força/resistência muscular, flexibilidade e composição corporal), quando em níveis saudáveis, são importantes na redução de doenças crônicas e melhor desempenho.

Além disso, realizada na infância e adolescência, a atividade física regular melhora força e resistência; auxilia na construção de ossos e músculos saudáveis e no controle do peso corporal; reduz a ansiedade e o estresse; aumenta a autoestima podendo também melhorar níveis pressóricos e perfil lipídico.

No entanto, acompanhando o aumento na obesidade infantil e o processo de urbanização, a atividade física entre essa população também está cada vez mais escassa. As atividades de lazer são normalmente restritas a quatro paredes, com destaque para o tempo gasto em frente ? televisão, vídeo game e computadores.

O tempo gasto com TV, associado ? inadequação dos hábitos alimentares e ? redução da atividade física, revela esse hábito como um importante fator predisponente a obesidade entre crianças e adolescentes. Diante disso, faz-se importante a propagação de estilos de vida mais ativos como medida profilática e terapêutica para a saúde.

Intervenções envolvendo escola, família e profissionais da área de saúde devem ser incentivados, propiciando a conscientização da população para a redução do sedentarismo e incentivo ? prática de atividades físicas, tanto em crianças como em adolescentes.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) indicam como um dos objetivos do ensino fundamental que os alunos sejam capazes de conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação ? sua saúde e ? saúde coletiva.

A promoção da atividade física em ambiente escolar e entorno tem despertado a atenção de 113 pesquisadores em diversos países, inclusive o Brasil, os quais estão investindo nesse tipo de intervenção como atenção primária ? saúde de suas crianças.

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