Vários professores de Botucatu deverão estar presentes na manifestação que acontece nesta quarta-feira no Masp, em São Paulo, para tentar um acordo com o governador José Serra, para que ele sente numa mesa com os professores e discuta as reivindicações que a classe está pleiteando. Os professores estão em greve desde o dia 5 de março e garantem que não voltam ao trabalho enquanto não houver negociação.
Na noite de segunda-feira, um grupo de professores compareceu na Câmara Municipal (foto), onde foi lida em plenário pelo secretário da Mesa dos Trabalhos, uma moção de apoio ao movimento, assinado por todos os 11 vereadores do legislativo botucatuense. O vereador professor Nenê (PSB) apresentou um vídeo sobre a participação dos professores que foram tratados com violência pela polícia paulista.
A diretora do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), Floripes Godinho, revelou que o movimento tem aumentado em todo Estado. A greve está aumentando na mesma proporção da nossa indignação com o tratamento que temos tido do secretário de Educação e do governador do Estado. Eles se recusam a sentar para discutir as reivindicações da classe e isso nos mostra que a Educação não faz parte das prioridades desse governo, lamentou a diretora da APEOESP.
Segundo a professora, o governo deveria, pelo menos, aceitar que as entidades fossem ouvidas. Na assembléia, realizada em São Paulo, nós optamos pela continuidade da greve até que a gente consiga ser ouvida. Depois dessa Assembléia o secretário da Casa Civil, Aloísio Nunes Ferreira, recebeu uma comitiva, não para conversar, mas para dizer que o governo só iria pensar em conversar a partir do momento em que os professores retornassem ao trabalho. Assim que estamos sendo tratados, colocou Floripes Godinho.
E ela continua seu desabafo. Não fomos nós que saímos da sala de aula, foi o governo que nos tirou dela. Será que a população, nosso alunos, nosso filhos gostariam que voltássemos para a sala de aula com a dignidade ferida? Acho que não. Por isso continuamos na luta e nessa quarta-feira estaremos em São Paulo para uma nova Assembléia. Esperamos que este governo, apesar de truculento, respeite nosso movimento que é pacífico e apresente uma proposta digna. Se isso não acontecer, a greve continua, sentenciou a professora.
Na pauta de reivindicações dos professores consta reposição salarial de 34,3%, falta de materiais de trabalho, salas de aulas apertadas, condições de trabalho péssimas, jornada de trabalho excessiva, demissões todo ano, professores sem direito trabalhista, aprovação automática dos alunos e o governo de São Paulo paga o 16º pior salário do Brasil.
Foto: Fernando Ribeiro
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