Na noite de segunda-feira um grupo de professores de Botucatu compareceu na reunião dos vereadores para pedir apoio do legislativo ao movimento grevista que eles estão participando, em busca de melhores salários e condições de trabalho, fazendo a distribuição de um panfleto Porque a Educação Pede Socorro. A greve foi deflagrada no Estado dia 8 de março e não tem data para ser encerrada.
O presidente do legislativo botucatuense, Reinaldinho (PR), colocou em votação a suspensão dos trabalhos por 20 minutos e, posteriormente, por mais 10 minutos, totalizando 30 minutos, para que os professores pudessem usar a tribuna do plenário da Câmara para explicar os motivos do movimento.
De acordo com a professora Maria Auxiliadora Thimotti da Silva, além dos salários defasados, um dos principais motivos dessa greve é com relação ao governo do Estado priorizar provinhas e provões para manter o professor como temporário e não aplicar o concurso público. Não estamos sendo ouvidos pelo governador do Estado que fechou a porta para negociação e está irredutível, disse Maria Auxiliadora.
Também faz parte da pauta de reivindicações dos professores a reposição salarial de 34,3%, falta de materiais de trabalho, salas de aulas apertadas, condições de trabalho são péssimos, jornada de trabalho excessiva, demissões todo ano, professores sem direito trabalhista, aprovação automática dos alunos e o governo de São Paulo paga o 16º pior salário do Brasil.
A representante da APEOESP, professora Floripes Godinho, num discurso inflamado fez um relato da atual situação dos professores e desmente que em Botucatu não houve adesão ? greve. Temos na cidade 1.369 professores e 472 deles aderiram ao movimento que a cada dia ganha novas adesões e está se expandindo. Então o movimento não está tão fraco assim, como estão dizendo, colocou a professora, que entregou uma carta dos professores a Mesa da Câmara, onde explica as razões do movimento.
Ela citou o salário defasado dos professores e não existe, por parte do governo do Estado, boa vontade para negociar com professores. Queremos que os senhores (vereadores) entrem nesta luta conosco. Os professores ativos e inativos de São Paulo estão passando por um momento muito difícil e é necessária uma ação para sensibilizar o governo do Estado. Enquanto não houver negociação a greve vai continuar, concluiu a professora.
Também fizeram uso da palavra, apoiando, explicitamente, a movimentação dos professores os vereadores Abelardo (PV), professor Nenê (PSB), Professor Gamito (PT), Reinaldinho (PR) e Lelo Pagani (PT). Acho que a reivindicação dos professores é justa e merece atenção e apoio dessa Casa de Leis. O que pudermos fazer para ajudar, nós faremos, colocou Pagani.
Fotos: Quico Cuter
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