Feira reúne produtores e estimula a alimentação saudável

Turismo
Feira reúne produtores e estimula a alimentação saudável 23 outubro 2011

A Prefeitura de Botucatu, por meio da Subsecretaria de Agricultura e Abastecimento e o grupo de Agroecologia Timbó da Unesp, realizaram nesta sexta-feira (21), na Praça Rubião Junior, ao lado do Paço Municipal, a primeira “Feira do produtor familiar, hortas comunitárias e reforma agrária”.

A feira encerra a programação da “Semana de segurança alimentar” oferecida pela Prefeitura, desde o dia 17 deste mês e faz parte das atividades do “Seminário de questão agrária” que segue até domingo (23) na Faculdade de Ciência Agronômicas (FCA) da Unesp.

O espaço reuniu cerca de 15 produtores, agricultores familiares e assentados de Botucatu e região que trabalham com alimentos provenientes das hortas comunitárias. A intenção do Poder Público é valorizar aqueles que trabalham com a agroecologia e produzem alimentos para o campo e para as cidades.

“Atualmente Botucatu conta com seis feiras, mas que com o passar do tempo têm perdido espaço frente ? s grandes redes de supermercado. A intenção desta primeira feira é justamente aproximar a população da nossa produção regional, estimular o consumo de produtos orgânicos com mais qualidade nutricional e sabor, além de fortalecer a base econômica da nossa agricultura familiar que é bastante diversificada”, comenta o secretario adjunto de Agricultura e Abastecimento, Marcio Campos.

Um bom exemplo pode ser visto na horta comunitária localizada ao lado do antigo Matadouro Municipal, na Vila Ema. Lá, Cristiano Moreira há pelo menos sete anos comercializa 20 tipos de produtos orgânicos e aos poucos criou uma rede fiel de consumidores. “Produzo folhosas, legumes e frutas. Como não existem atravessadores, consigo manter o preço de um pé de alface a R$ 0,70, sem oscilar o ano inteiro. Assim o consumidor leva um produto orgânico, livre de agrotóxicos e com um preço mais viável do que se encontra em alguns supermercados”, argumenta o produtor.

{n}Missionário no combate ? fome{/n}

Também esteve presente na Feira do produtor familiar Dom Mauro Morelli, arcebispo emérito de Duque de Caxias (RJ), onde desenvolveu por mais de 20 anos diversos projetos junto ? sociedade civil para combater a pobreza e os males da fome.

O “Mutirão Contra a Desnutrição Materno Infantil” é um dos projetos que durante vários anos combateu a mortalidade infantil na região metropolitana e se tornou referencia nacional, inclusive oferecendo base importante para o “Mutirão contra a miséria e a fome” da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) em 2002.

Atualmente, aos 76 anos, ele se dedica a vários projetos simultâneos, principalmente envolvendo universidades como a Unesp, além de presidir o Conselho Estadual de Segurança Alimentar de Minas Gerais. “Outro projeto que estou ligado é a Rede Sans (Rede de Defesa e Promoção da Alimentação Saudável, Adequada e Solidária), no trabalho de articulação, mobilização e conscientização de ações voltadas ? alimentação saudável. Mas para que tenhamos saúde através de uma alimentação de qualidade, também devemos trabalhar a educação do nosso povo”, salienta.

{n}Merenda de qualidade{/n}

A Prefeitura de Botucatu, na atual administração João Cury Neto, tem articulado ações e projetos que solidificam a agricultura familiar e estimulam ? alimentação saudável. Pelo segundo ano consecutivo o Poder Público Municipal abriu processos para aquisição de alimentos a serem servidos nas escolas, medida que respeita ? lei federal nº 11.947/09, que determina a utilização, pelo Município, de no mínimo 30% dos recursos repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Nas relações de compras feitas pela Secretaria Municipal de Educação para a merenda escolar estão produtos como alface, beterraba, espinafre, banana, laranja, brócolis, ovos, mel, leite, iogurte, entre outros. A compra destes produtos abastece as 23 mil refeições servidas por dia na Rede de Ensino Básico Municipal.

{n}stímulo ? geração de renda{/n}

Pela Assistência Social, o Município ainda viabiliza a construção do Banco de Alimento, ao custo de R$ 479.544,44, sendo que R$ 441.180,44 oriundos do Orçamento Geral da União e R$ 38.364,00 de contrapartida do Município. O espaço, localizado junto ? s antigas instalações do Matadouro Municipal, na Vila Ema, funcionará como uma central de arrecadação de alimentos, provenientes de doações, por meio da articulação com o setor alimentício (indústrias, supermercados, varejões, feiras, centrais de abastecimento e outros).

Os produtos são recebidos, selecionados, separados em porções, processados ou não, embalados e distribuídos gratuitamente ? s entidades assistenciais, como forma de complementação ? s refeições diárias da população assistida. Em contrapartida, as entidades atendidas pelos Bancos de Alimentos participam de atividades de capacitação em educação alimentar, para que o conhecimento seja repassado ? comunidade.

Botucatu também já assinou no início deste ano um convênio com o Governo Federal, no qual Ministério da Agricultura repassará R$ 292.500,00 para a instalação de uma agroindústria no município, que deverá oferecer uma contrapartida de R$ 25.500,00. O projeto inclui processamento de picles, geleias, doces, conservas e minimamente processados de frutas, legumes e verduras dos agricultores familiares junto ao Mercado Municipal, para futura comercialização no local.

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