Uma pesquisa experimental desenvolvida pelos alunos da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA), com a colaboração da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp, Campus de Botucatu, estudou as propriedades de um piso de fibra de coco reciclado em instalações voltadas para a suinocultura. O piso oferece conforto térmico aos leitões na fase de maternidade e se mostra importante porque é capaz de mantê-los aquecidos quando há redução severa de temperatura.
Com o clima frio, o animal reduz a atividade motora e pode entrar em hipotermia. Também há casos de esmagamento por acidente, quando o leitão busca o conforto térmico junto da mãe. O leitão tem uma alta sensibilidade ao frio e dificuldade de ajustar sua temperatura corporal, pois seu aparelho termorregulador ainda está em desenvolvimento, explica a professora Silvia Regina Lucas de Souza, do Departamento de Engenharia Rural da FCA e orientadora do trabalho.
Quanto menor a temperatura ambiente, mais o animal tem que usar sua energia interna para manter sua temperatura corporal, o que prejudica seu crescimento, complementa o professor Dirlei Antonio Berto, do Departamento de Produção Animal da FMVZ. Segundo ele, o piso feito a partir de fibra de coco foi escolhido por ter a vantagem de não ser tóxico e não oferecer riscos se for ingerido pelos animais.
A primeira fase da pesquisa revelou que, nos horários observados, 56% dos leitões preferiram o piso de fibra, enquanto os 44% restantes estavam exercendo outras atividades fora do abrigo. O recinto com piso convencional permaneceu vazio, sem utilização pelos leitões.
O próximo passo é saber quantos graus o piso de fibra consegue reter em relação ao ambiente externo. Também precisamos testar a resistência do piso aos animais maiores e se ele não se deteriora por causa dos dejetos e uso contínuo, diz Silvia.
Ao oferecer novas soluções que atendem ? s exigências de bem estar animal, os pesquisadores pretendem colaborar para que o setor agregue valor ? sua produção e se prepare para atender uma tendência real do mercado, mas que ainda não se refletiu na suinocultura brasileira.
A pesquisa teve início como Trabalho de Conclusão de Curso de Agronomia de Eduardo Trevisan Filho e teve prosseguimento com as alunas do primeiro ano de Agronomia, Ana Paula Oliveira Matusevicius e Mariana Pedutti Vicentini Sab, integrantes do Núcleo de Pesquisa e Otimização em Bem-estar Animal e Ambiência de Precisão, BAAP sob a orientação da professora Silvia Regina Lucas de Souza.
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