O Estado de São Paulo enfrenta um dos maiores períodos de estiagem da história. Aliado a isso, altas temperaturas (com média acima dos 30°C) das últimas semanas, pouco atípicas para esta época do ano, provocam um consumo desenfreado da água.
Mas enquanto Prefeitura e Sabesp trabalham para ampliar o abastecimento na Cidade e ao mesmo tempo conscientizar a população para a economia de água, pelo menos duas escolas de Botucatu já contam com uma alternativa interessante de sustentabilidade.
Uma delas é o Centro de Educação Infantil (CEI) Arlete Villas Boas Armelin, no Arlindo Durant, região Leste do Município. Há cerca de três anos a unidade de Ensino Infantil serviu como piloto de um projeto de uma empresa da área de gestão ambiental, que desenvolveu um sistema para a captação da água das chuvas e reuso da mesma para serviços domésticos do dia a dia, como limpeza e irrigação. O primeiro modelo de recipiente foi projetado para armazenar 6 mil litros de água, que é conduzida através de canos ligados à calha do prédio.
“Ainda temos um pouco de água da chuva que caiu há algumas semanas, mas é com ela que lavamos os tatames das salas, o pátio e regamos as plantas e grama, que neste período estão bastante secas. O legal é que as crianças vivenciam na escola e já compreendem a importância da água para nossa vida e elas acabam levando para suas famílias essa ideia de economia”, comenta Luciane Nicolosi Bravin, gestora da creche que conta com 130 crianças de até cinco anos de idade.
Como deu certo, a empresa aperfeiçoou o modelo embrião. A estrutura de plástico é mais reforçada e já conta com um dispositivo que impede a entrada de folhas e insetos. A iniciativa agradou a Secretaria de Meio Ambiente de Botucatu, que investiu pouco mais de R$ 1 mil na instalação de um “capta-chuva”, com capacidade para 750 litros, também na escola de Ensino Fundamental – Antenor Serra, localizada na Cohab 1, região Sul.
“O bacana é que nossa escola, além desse novo sistema de captação da água da chuva, também conta com temporizadores de água nos bebedouros e torneiras, lâmpadas que gastam menos energia, uma casinha toda reciclada que abriga nossas seções de cinema e agora estamos fazendo parte do Coleta Mais, programa de educação ambiental da prefeitura. Tudo isso mexe com os alunos, que saem da escola mais conscientes do papel deles para o meio ambiente e o futuro do nosso planeta”, diz Eliane Chiamente, gestora da escola “Serrinha”.
“A Prefeitura de Botucatu foi nosso primeiro cliente deste modelo que vimos na França e adaptamos a concepção para nossa realidade. Trata-se de uma alternativa de armazenamento da água da chuva para que ela possa ser reutilizada justamente em períodos de grande estiagem como agora”, conta Sidir Júnior, proprietário da Equaliza Ambiental.
O secretário municipal de Meio Ambiente, Perseu Mariani, diz que a iniciativa pode ser, com o tempo, ampliada a outros prédios públicos. “O nosso planeta há algum tempo sofre mudanças climáticas bruscas e que cada vez mais também influenciam nosso cotidiano. Um bom exemplo é este longo período sem chuvas, que tem esvaziado nossos mananciais e consequentemente prejudicado o abastecimento em algumas regiões do Estado. Neste sentido, esse novo modelo de captação da água da chuva por ser uma alternativa prática e bastante viável para que economizemos água. Essa e outras ações só fortalecem ainda mais a vocação e respeito que Botucatu tem pelo Meio Ambiente e por isso também a Cidade está entre as dez melhores ranqueadas pelo programa Município Verde-Azul”, argumenta.
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