Em vigor desde abril, o novo código de ética médica apresenta algumas modificações frente ao seu antecessor, de 1988, e engloba direitos, papel do profissional frente ? sociedade e ao paciente. Para apresentar as principais mudanças e sanar dúvidas de alunos, médicos e professores, a Direção Clínica do Hospital das Clínicas/Unesp, promoveu, na noite de 27 de maio, palestra sobre o novo documento que rege o exercício da Medicina no país.
Realizado no Anfiteatro do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp, o evento teve como palestrante convidado o conselheiro do CRM (Conselho Regional de Medicina), Reinaldo Ayer de Oliveira (foto). O médico é professor de bioética da USP (Universidade de São Paulo) e ex-professor do Departamento de Cirurgia e Ortopedia da FMB.
Em sua explanação, Oliveira fez um breve histórico dos primeiros códigos de ética instituídos no país, passando pela criação do Conselho Federal de Medicina, em 1957, e as mudanças do perfil profissional médico ao longo das últimas décadas. Segundo ele, muitos avanços foram significativos com a instituição do documento até então em vigência, datado de 1988. Fez algumas ressalvas, no entanto, quanto ao papel do médico, que pela proposta era uma figura que cumpria deveres.
A reunião também foi marcada pela forte participação dos convidados no anfiteatro. Entre os principais temas abordados estavam a relação residentes médicos e preceptores (orientadores), atuação do médico frente a questões polêmicas na sociedade (aborto, eutanásia e cuidados paliativos). Este último tópico foi realçado por Oliveira, frisando que o Brasil é o único país a tratar deste assunto.
Oliveira ainda enfatizou que o novo código de ética menciona a necessidade de comunicação franca e aberta entre o médico, a família e também o paciente sobre diagnósticos e tratamentos. A Medicina do século 21 é a da escolha. Hoje tanto médico quanto paciente participam de como será o tratamento, entre outros aspectos, declarou.
O palestrante também ressaltou que as principais modificações que o novo código traz são mudanças na linguagem trabalhada e abrangência maior de conceitos. O foco não é mais na vida do ser humano, mas no ser humano como um todo, concluiu Oliveira.
Fonte:
Unesp/Faculdade de Medicina/Botucatu e Hospital das Clínicas
Assessoria de Comunicação e Imprensa