O novo Sistema Integrado de Limpeza Urbana de Botucatu, que está em fase de implantação e prevê a ampliação da coleta seletiva para 100% de Botucatu, irá trazer melhorias não apenas à população como um todo. Mas também na vida de um grupo específico de pessoas que trabalha diariamente, e quase que de forma invisível, para que meio ambiente se mantenha em equilíbrio.
A Cooperativa de Agentes Ambientais, instalada em terreno ao lado do Aterro Municipal [Rodovia Eduardo Zuccari, km 2] chegou a ser desfeita e proibida de operar por irregularidades administrativas, em junho de 2013. Em agosto do mesmo ano ela foi retomada com uma nova diretoria, totalmente legalizada. Um ano depois dessa reestruturação, o cenário aos atuais 18 cooperados é promissor.
Hoje a cooperativa realiza coleta de reciclados apenas na região Norte e alguns Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) instalados em condomínios, campi da Unesp e um supermercado da Cidade. Hoje são recolhidos cerca de 50 toneladas/mês de materiais plásticos, papeis, vidros e metais. Com a ampliação do serviço, a Secretaria de Meio Ambiente estima que esse volume suba para pelo menos 130 toneladas/mês.
A principal diferença é que agora esses trabalhadores irão se concentrar mais na parte de triagem do material, que depois é comercializado a empresas que fazem o processamento dele. A coleta será realizada pela equipe do novo consórcio Botucatu Ambiental (formado pelas empresas Revita Engenharia S/A e Monte Azul Engenharia LTDA). “Estes agentes têm um papel social e ambiental importantíssimo. Hoje, os cooperados trabalham com dignidade e se sentem orgulhosos por exercerem esta profissão”, garante o secretário de Meio Ambiente, Perseu Mariani.
Márcia Regina da Silva (32) há quatro anos trabalha junto à cooperativa. Do lixo que ajuda a retirar das ruas, consegue tirar em média R$ 1 mil por mês para o sustento de casa, onde tem duas filhas para criar. “Com a ampliação da coleta a gente espera ganhar um pouco mais, né? Ao mesmo tempo, a gente ajuda a não sobrecarregar o aterro com mais lixo que poderia parar lá”, diz ela, que se sente orgulhosa da atividade que desempenha. “Não é fácil, mas aprendi a gostar. É uma profissão como outra qualquer e que contribui ao meio ambiente. Separar o lixo é uma questão de educação, que independe de ser rico ou pobre. Cada um pode fazer sua parte. Eu mesmo não tinha esse costume antigamente, mas hoje o exemplo vem de casa”, afirma.
Reconhecimento
A Cooperativa de Agentes Ambientais de Botucatu hoje é inclusive referência para a região. Ela foi escolhida entre diversas outras cooperativas espalhadas pelo território nacional para participar do “Dê a Mão para o Futuro”. Este programa é coordenado pela Associação Brasileira das Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias e Pão & Bolo Industrializados (Abima) e Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins (Abipla).
Estas associações irão realizar o investimento de aproximadamente R$ 110 mil em equipamentos operacionais para a Cooperativa de Botucatu. Também irá oferecer assessoria em: gestão administrativa, mercado de recicláveis e cadeia produtiva, gerenciamento de produção, políticas públicas e gestão de resíduos sólidos, relacionamento com a comunidade e coleta seletiva, segurança do trabalho, saúde e meio ambiente.
Paralelamente a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, em parceria com a Secretaria de Municipal de Educação, iniciará no mês de setembro o Coleta Mais. Trata-se de um programa que será desenvolvido em projeto piloto em cinco escolas municipais e que irá estimular que alunos sejam multiplicadores da importância de separar o material reciclado do lixo comum.
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