Biólogo explica caso de “chuva” de aranhas na região

Turismo
Biólogo explica caso de “chuva” de aranhas na região 02 fevereiro 2015

O biólogo botucatuense João Lucas Chavari, do Departamento de Coleções Zoológicas, do Instituto Butantan, de São Paulo, se manifestou sobre o aparecimento de uma grande quantidade de aranhas que assustou a população do Distrito de Aparecida, em São Manuel. O fato foi citado como “chuva de aranhas”.

Segundo ele trata-se da espécie Parawixia bistriata que é muito comum no cerrado e distribui-se do estado de Mato Grosso até a Argentina. A alta abundância desses aracnídeos (aranhas não são insetos) em Aparecida, não se deve a um desequilíbrio do meio ambiente, mas sim da biologia destes indivíduos.

“Essa aranhas, diferentes da maioria, se toleram. Durante o dia aglomeram-se para se protegerem das altas temperaturas, e na caída da noite se separam e vão caçar sozinhas. No momento da dispersão desse aglomerado de aranhas, muitas se penduram nos fios de seda para alcançar lugares mais distantes uma das outras. Mas a população da região pode ficar tranquila, essas aranhas são inofensivas, raramente picam e seu veneno não apresenta interesse médico, sendo eficaz apenas para pequenos insetos”, explica o biólogo.

Cita que dos registros de acidentes com aranhas no Brasil apenas duas espécies são perigosas para a região, a aranha-armadeira (Phoneutria spp.) e a aranha-marrom (Loxosceles spp.), que são muito comuns em áreas de mata e terrenos baldios.

“São espécies solitárias com hábitos diferentes, as armadeiras são maiores, medem em média cinco centímetros de corpo, são mais robustas, quando acuadas levantam as duas pernas em uma posição de defesa e por isso do nome vulgar. As aranhas-marrom são menores, em média um centímetro, vivem em fendas, cascas de troncos e até mesmo calçados, pois procuram lugares escuros e úmidos como refúgio. Informações sobre os acidentes e como se previr deles são encontradas no link do Instituto Butantan:  http://www.butantan.gov.br/saude/hospital/acidentes/”, coloca Chavari.

Encerra afirmando que apesar da fama de assustadoras e de causar arrepios em muitas pessoas, as aranhas são importantes para o controle de vetores de doenças, pois se alimentam basicamente de insetos. “Além de que, algumas espécies têm em seu veneno e em sua seda componentes que estão sendo estudados para uso na medicina como potentes antibióticos. Quando encontrar uma aranha, se puder evite-a. Ela pode estar fazendo um bem a você”, concluiu.

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