Trinta profissionais de oito estados brasileiros realizam desde sexta-feira (27) a segunda edição da Expedição Médica VVDharma no sertão brasileiro. O encontro ocorreu no dia 27, às 17h, no aeroporto de Petrolina, em Pernambuco. Mas o destino é um pouco mais adiante.
Até chegarem ao local dos primeiros atendimentos, na Serra do Inácio, área rural de Betânia do Piauí, eles percorreram em torno de mais três horas de estrada, entre trechos de asfalto e estrada de terra batida numa das regiões mais carentes de serviços básicos no país, o triângulo da seca. Nos dez dias da expedição, serão oferecidas consultas médicas, atendimento com dentistas, sessões de fisioterapia e exames clínicos.
A equipe também conseguiu a doação de óculos de grau para os moradores com deficiência visual, e vai realizar palestras de orientação e prevenção de doenças e capacitar professores locais. O médico infectologista e professor da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) Alexandre Naime Barbosa é um dos especialistas que faz parte da comitiva.
A expedição médica VVDharma ocorre entre os dias 27 de outubro e 05 de novembro e dá continuidade ao trabalho iniciado em novembro de 2016. Na primeira edição, foram dois mil atendimentos em mais de dez especialidades da área da saúde, em três comunidades visitadas.
A meta agora é dar acompanhamento aos pacientes e adequar a oferta de serviço a partir das necessidades levantadas pelos profissionais na primeira visita, explica a coordenadora clínica da expedição, a médica Karina Oliani.
“O número de profissionais da oftalmologia, pediatria e odontologia dobrou justamente porque foram as especialidades mais procuradas no ano passado.”
Ela e o designer Andrei Polessi criaram o Instituto Dharma, com sede em São Paulo, no início deste ano, e junto com a empreendedora social, Mariana Serra, da Volunteer Vacation (VV), do Rio de Janeiro, coordenam as ações no sertão. Além dos trinta profissionais voluntários que realizam as atividades com a população, outras dezenas de pessoas estão envolvidas no apoio logístico. Da equipe principal, treze voluntários estiveram na primeira missão. Entre os que voltam, o motivo maior é a oportunidade de prestar serviço humanitário.
Depois dos atendimentos na região da Serra do Inácio, em Betânia do Piauí, a equipe ainda passará por localidades rurais de Paulistana e de Acauã – durante anos considerada uma das cidades com pior índice de desenvolvimento humano (IDH) do país, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e com forte influência da cultura quilombola.
Além do Instituto Dharma e VV, a missão humanitária tem a parceria da Íris Global, referência em trabalhos de desenvolvimento humano e social na África e Ásia, e a MAIS, organização religiosa especializada em projetos de desenvolvimento comunitário e microcrédito em países como Haiti, Uganda e Burundi. Juntas, Iris e MAIS, criaram a Boutique de Sonhos, um negócio social que eleva em R$ 2.000 ao ano a renda per capita na pequena Acauã.
Nos dez dias da expedição, os voluntários mergulham na rotina sertaneja e compreendem um pouco mais a vida com restrições em alojamentos improvisados. Nas comunidades rurais o abastecimento de água é precário e algumas famílias ainda não tem acesso a redes de energia elétrica, telefonia ou internet. Em compensação, durante a noite, o silêncio é real sob um céu estrelado e profundo.
De onde vem os voluntários?
São Paulo, Rio de Janeiro, Piauí, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, Bahia e Distrito Federal.
Créditos: Matéria produzida por Gislene Bastos
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