Como parte das ações de vacinação em massa, a prefeitura está levando as doses da Oxford/AstraZeneca até os adultos que vivem em propriedades rurais. Cidade faz parte de estudo inédito da efetividade da vacina, inclusive contra as cepas do coronavírus.
Como parte das ações de vacinação em massa, a prefeitura de Botucatu (SP) está realizando a partir desta quarta-feira (26) uma busca ativa na zona rural para encontrar moradores que ainda não receberam a dose da vacina Oxford/AstraZeneca.
Serão imunizados os moradores que não conseguiram participar das ações anteriores realizadas nos dias 16 e 22 de maio por não poderem ir até a cidade, por falta de comprovante de residência no próprio nome ou de familiares, entre outros impedimentos, mas que se encaixam no perfil.
A cidade participa de um estudo inédito feito pela Unesp e universidade de Oxford em parceria com Ministério da Saúde, que avalia a efetividade da vacina contra a Covid-19, inclusive contra novas cepas do coronavírus. Até esta quarta-feira (26), mais de 71 mil pessoas foram imunizadas.
Na pesquisa, toda a população adulta, de 18 a 60 anos, deve ser vacinada, com exceção as mulheres grávidas que não podem receber a vacina da AstraZeneca, segundo orientações da Anvisa.
Nesta manhã, as equipes percorreram propriedades rurais que pertencem à área do município para fazer a triagem e imunizar os moradores.
A auxiliar de escritório Fabiana Machado Mirandula trabalha em uma fazenda na zona rural de Botucatu quase na divisa com Pratânia. Ela e o marido não conseguiram participar das ações de vacinação em massa na cidade, mas receberam a dose durante a busca ativa feita nesta quarta-feira.
“Não via a hora de receber a vacina. Aqui trabalha muita gente, quase 20 pessoas, e muitos ficaram doentes, então é um alívio”, diz.
Fabiana recebeu a vacina durante a ida da equipe da prefeitura até a zona rural — Foto: TV TEM / Reprodução
Unidades de saúde
Já os moradores da área urbana de Botucatu que ainda não foram vacinados podem ser imunizados nas 22 salas de vacinação da cidade, das 8h às 17h, de segunda à sexta-feira.
O estudo inédito sobre efetividade do imunizante já realizou três ações de imunização neste mês para a população adulta. Quem não conseguiu participar dessas ações e se encaixa nos critérios da pesquisa pode procurar uma das unidades de saúde para receber o imunizante.
As pessoas que tentaram passar pela triagem nas outras ações e não conseguiram ser aprovadas precisam ir até a Ouvidoria, localizada no prédio da prefeitura, e realizar uma nova triagem para que possam ser encaminhadas para receber a primeira dose do imunizante.
Nesta etapa, devem ser vacinados os mais de 3 mil moradores que haviam se cadastrados no site da prefeitura, mas não compareceram para a ação deste último sábado (22). Segundo a prefeitura, somente 5.269 moradores foram imunizados nos dois locais preparados para essa etapa de vacinação dos 8.573 que se inscreveram.
Vacinação em massa
No dia 16, no chamado Dia D, foram imunizados mais de 66 mil moradores na ação que usou a estrutura das eleições do ano passado e contou com o trabalho de mais de 2,5 mil voluntários. Também durante a semana passada, mais de 2 mil estudantes da Unesp, que moram na cidade, foram vacinados no próprio campus.
Na etapa do dia 22, foram vacinados os cidadãos que não estavam na cidade no dia 16 ou que trabalharam durante todo o dia; que receberam a vacina da H1N1 há menos de 15 dias; que tiveram Covid-19 confirmada há menos de 30 dias; ou que estavam cumprindo quarentena na data da vacinação em massa.
Sequenciamento genético
Após receber a vacina, o morador de Botucatu deve assinar um termo para autorizar, em caso positivo de Covid-19 depois da aplicação, os procedimentos para fazer o sequenciamento genético do vírus.
Essa análise do material genético de testes positivos é a principal ferramenta do estudo de efetividade. É com o sequenciamento genético que os cientistas vão descobrir se a vacina consegue reduzir tanto os casos graves da doença quanto a transmissão das variantes.
Para autorizar, é simples e seguro: basta assinar um documento. Esse tipo de termo é comum em pesquisas e foi aprovado pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), órgão que monitora e fiscaliza a aplicação de políticas públicas do SUS. O termo garante sigilo dos dados que só vão ser registrados pelos cientistas.
Fonte: G1