Unesp reorganiza atendimento de catarata infantil

Saúde
Unesp reorganiza atendimento de catarata infantil 07 julho 2014

O médico oftalmologista e professor da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) Antônio Carlos Lottelli Rodrigues teve um projeto de sua autoria aprovado pelo Programa de Pesquisa para o SUS – gestão compartilhada em Saúde – PPSUS – Edital 2013. A iniciativa intitulada “Projeto de implantação de linha de cuidado para crianças com alteração do exame do olhinho no Estado de São Paulo” é o terceiro trabalho do docente selecionado pelo PPSUS.

Reconhecido por ser um dos principais estudiosos de catarata infantil do Brasil, Lottelli vai coordenar um processo de reorganização do fluxo de atendimento de crianças acometidas pela doença em todo o Estado de São Paulo. Foi estabelecida uma parceria entre seis centros especializados no atendimento de crianças com catarata, que ficarão responsáveis por receber os pacientes com suspeita da doença.

Integram essa “linha de cuidado”, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), USP – Ribeirão Preto, USP-SP, Unicamp, Unifesp e Santa Casa de São Paulo. O projeto tem parceria com a Secretaria de Estado da Saúde, por meio da Dra. Carmela Maggiuzzu Grindler, coordenadora da Triagem Neonatal.

O Estado será dividido por regiões e esses centros servirão de retaguarda para o atendimento especializado de crianças que já tiverem sido avaliadas por outros dois profissionais: o pediatra, que, por meio do Teste do Olhinho, realiza o primeiro diagnóstico e, se houver suspeita, encaminha o paciente para um oftalmologista do serviço estadual mais próximo. Caso o diagnóstico de catarata seja confirmado, a criança é encaminhada a um dos centros de sua região.

Por meio do projeto do professor Lottelli, médicos pediatras e equipes das redes básicas de saúde do Estado serão capacitadas para identificarem precocemente a catarata infantil. “Esse projeto servirá, também, para que seja feito um mapeamento de quantos exames realmente são feitos no Estado e ainda para sabermos qual é, de fato, a incidência da doença. Não há estatísticas precisas sobre isso em nenhum lugar do mundo”, destaca o especialista.

O Hospital das Clínicas da FMB dispõe, desde 2007, de um serviço especializado – um dos mais bem equipados do Brasil – para o tratamento de crianças com catarata. A estrutura foi adquirida por meio de outro projeto de autoria do professor Lottelli aprovado pelo PPSUS.

 

Catarata infantil


A catarata é uma opacificação do cristalino, lente natural transparente que possuímos dentro do olho com a função de focalizar os objetos. Apesar de freqüentemente acometer idosos, segundo relatórios da OMS, a catarata é uma das principais causas de cegueira infantil tratável e passível de prevenção.

A catarata leva a uma baixa visual do olho acometido que geralmente só pode ser melhorada com realização de cirurgia. Quando acomete crianças assume maior gravidade pois, se não tratada rapidamente, a baixa visual pode se tornar irreversível pelo desenvolvimento de ambliopia, que é uma falha no desenvolvimento da capacidade de enxergar (ver material informativo próprio sobre ambliopia).


Teste do olhinho


É um exame simples, rápido e indolor, que consiste na identificação de um reflexo vermelho, que aparece quando um feixe de luz ilumina o olho do bebê. O fenômeno é semelhante ao observado nas fotografias. Para que este reflexo possa ser visto, é necessário que o eixo óptico esteja livre, isto é, sem nenhum obstáculo à entrada e à saída de luz pela pupila. Isso significa que a criança não tem nenhum obstáculo ao desenvolvimento da sua visão.

 

Fonte: da Assessoria

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