Anualmente, o Ministério da Saúde considera o último domingo do mês de janeiro como o Dia Nacional de Combate a Hanseníase, uma das doenças de pele mais antigas de que se tem notícia. O Brasil é o primeiro país da América Latina com maior incidência da doença, correspondendo a 80% dos casos. Dos quase 230 mil casos novos detectados em todo o mundo, cerca de 35 mil foram registrados no Brasil em 2013.
Ocasionada pelo bacilo de Hansen, a Hanseníase afeta principalmente a pele e os nervos, pode ocasionar a perda de membros e sua transmissão ocorre, inclusive, pelo ar. O período de incubação da doença ocorre em média de três a cinco anos e sua manifestação se dá, inicialmente, com o aparecimento de manchas dormentes pelo corpo, de cor avermelhada ou esbranquiçada. Outros sintomas podem ser placas, caroços, inchaço, fraqueza muscular e dor nas articulações.
Para o coordenador do departamento de hanseníase da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e professor da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) Joel Carlos Lastória (foto) o dia de combate a hanseníase deve ser lembrado com a finalidade de ressaltar atividades que devem ser realizadas durante 2014. Doença a gente não comemora, mas é uma alusão a luta contra a hanseníase. É uma lembrança para marcar o lançamento de ações que acontecerão o ano todo, lembra.
De acordo com o especialista, a SBD tem participado de atividades de combate ? hanseníase, seja isoladamente ou por meio de apoio a iniciativas do Ministério da Saúde. O Brasil está com uma aderência muito boa no combate a doença, salienta.
A principal forma de tratamento da Hanseníase consiste na associação de antibióticos, administrados por via oral, para matar a bactéria. O diagnóstico e o tratamento precoces são fundamentais, pois previnem sequelas como cegueira e dormência de membros, por exemplo. Assim que o tratamento é iniciado, a pessoa deixa de transmitir a doença.
Como parte das ações que serão desenvolvidas durante o ano, o Departamento de Dermatologia da FMB promoverá nos dias 21 e 22 de fevereiro, no Salão Nobre da instituição, a I Jornada de Hansenologia.
O objetivo é disseminar informações entre profissionais da saúde sobre a doença. Antigamente, a Hanseníase era incurável e a única forma de conter sua transmissão era o isolamento dos pacientes, medida que caiu em desuso após a descoberta do tratamento.
Da Assessoria