Terapia contra câncer de pele que usa técnica da vacina para Covid deve ficar pronta neste ano, dizem empresas

Saúde
Terapia contra câncer de pele que usa técnica da vacina para Covid deve ficar pronta neste ano, dizem empresas 19 outubro 2022

O novo tratamento é personalizado de acordo com o melanoma de cada paciente de alto risco, induzindo uma resposta imunológica para prevenir que o câncer volte, cresça ou se espalhe.

O melanoma representa apenas 5% dos casos de câncer de pele, mas tem uma grande capacidade de produzir metástases  — Foto: Wikimedia Commons

A Moderna, fabricante de uma das vacinas para a Covid-19, junto com a empresa Merck MSD anunciou que ainda neste ano serão concluídos os testes clínicos para o desenvolvimento de uma imunoterapia contra o melanoma, um tipo de câncer de pele com alta letalidade. O resultado finalizará a fase 2 da pesquisa e, caso for positivo, o estudo seguirá para a terceira e última etapa.

O tratamento tem a mesma tecnologia que o imunizante da Covid-19, usando o RNA mensageiro (RNAm), que atua estimulando as células do corpo a produzirem determinada proteína capaz de combater a doença.

O imunizante é voltado para pacientes com melanomas de alto risco, e apesar de ser chamado de vacina, o conceito é diferente, uma vez que as vacinas são feitas para a prevenção de doenças. Neste caso pode ser considerado uma terapia, pois o objetivo é prevenir o avanço ou reincidência de um típico específico de câncer já diagnosticado anteriormente, não necessariamente imunizando o paciente contra a doença. O foco é potencializar o sistema imunológico.

“As vacinas personalizadas contra o câncer são projetadas para preparar o sistema imunológico para que um paciente possa gerar uma resposta antitumoral personalizada à sua assinatura de mutação tumoral para tratar seu câncer. O mRNA-4157/V940 é projetado para estimular uma resposta imune gerando respostas de células T com base na assinatura mutacional do tumor de um paciente”, diz o comunicado oficial emitido pela Merck.

A personalização da terapia envolve a coleta laboratorial de antígenos específicos do câncer de cada paciente, resultando em um tratamento individual que induz a produção de células T (células com funções imunológicas) para combater o tumor.

Chamado de Keynote-942, o estudo de Fase 2 envolveu 157 pacientes com melanoma de alto risco. Após a retirada cirúrgica do local acometido pelo câncer, os pacientes foram divididos em dois grupos. Um deles foi submetido a imunoterapia com o mRNA-4157/V940 (9 doses a cada três semanas), e o outro ao tratamento com Keytruda (200 mg a cada três semanas), remédio padrão de tratamento para os pacientes oncológicos dessa categoria.

Fonte: g1

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