Todos os anos dezenas de pessoas perdem a vida por ataques de abelhas africanizadas no país, uma triste realidade que pode estar próxima do fim. A solução para tantos acidentes está em Botucatu, e depende agora da ANVISA, Agencia Nacional de Vigilância Sanitária.
O soro contra picadas de abelhas desenvolvido por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) está em fase de teste, e pode ser comercializado via SUS após a fase de testes o qual foi submetido. Trata-se de um projeto que se enviou há quase 20, foi paralisado em 2002, e retomado em 2008 pelas mãos de do professor Doutor Rui Seabra Ferreira Junior, hoje coordenador do Cevap (Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos).
"É um projeto pioneiro que nasceu há muito tempo, tendo sido paralisado em 2002 após um grande incêndio que destruiu o laboratório do estudo em Araraquara. Retomamos o estudo em 2008, e desde então estamos progredindo satisfatoriamente. Em 2010 ele foi submetido a vários testes pelo ministério da saúde. A partir de então, com mais recursos disponíveis, tivemos maior controle do processo produtivo como novos equipamentos adquiridos”, colocou Rui Seabra.
O soro antiapílico foi desenvolvido pelo Cevap em parceria com o Instituto Vital Brazil, que tem sua sede em Niterói, Rio de Janeiro. Após passar por etapas pré-clínicas, a ANVISA autorizou a aplicação do medicamento em humanos para a avaliação de riscos e comprovação da eficácia.
Haverá um recrutamento de pessoas em Botucatu, Uberaba (MG) e Turbarão (SC). Botucatu vai virar referencia. São 20 pacientes inicialmente. Os médicos participantes do projeto devem definir qual paciente tem a indicação de soroterapia específica e a dose necessária", explicou o coordenador do Cevap, Rui Seabra Ferreira Junior.
Após testes em pacientes, a idéia é ter o soro disponibilizado no Sistema Público de Saúde, o SUS. As abelhas africanizadas respondem pela maior parte das vítimas de acidentes com vespas e abelhas, causando em média 40 mortes por ano no Brasil segundo dados do Ministério da Saúde.
Assista ao vídeo do projeto:
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