O Ministério da Saúde admitiu nesta semana que o Brasil enfrenta uma epidemia de sífilis, doença sexualmente transmissível que pode ser facilmente tratada se diagnosticada corretamente. A situação foi qualificada como “epidemia” somente agora, mas vem se desenvolvendo há mais de dez anos em todo Brasil.
Nos últimos anos, o Ambulatório de Doenças Sexualmente Transmissíveis do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) registrou um aumento de 500% de novos casos de sífilis. Em 2016, foram registrados em Botucatu cerca de 430 novos casos.
Segundo o dermatologista do HCFMB Dr. Helio Miot, tanto o HCFMB quanto o município de Botucatu estão em ação contra a sífilis há mais de sete anos. “Durante esse tempo em que observamos o aumento da doença na população, as unidades básicas de saúde da cidade foram devidamente treinadas para o atendimento desses pacientes, como diagnósticos e testes que identificam rapidamente o vírus”, diz.
As ocorrências da doença têm aumentado muito e a transmissão de sífilis de gestantes para bebês cresceu expressivamente, tornando–se o principal problema atualmente.
A sífilis é uma doença sexualmente transmissível infecciosa, sistêmica e crônica. Se não tratada corretamente, ela se manifesta em diferentes estágios e apresenta sua evolução em fases: inicialmente, com feridas na pele, mas pode evoluir para complicações no sistema cardiovascular e neurológico, levando a óbito.
Sua principal forma de transmissão é o contato sexual. No caso de gestantes, também, por via hematogênica (pelo sangue), transmite para o feto a bactéria em qualquer fase da gravidez ou em qualquer estágio da doença. A transmissão via transfusão de sangue pode ocorrer, mas atualmente é muito rara, em função do controle do sangue doado.
A principal forma de prevenção é o uso de preservativos no ato sexual. O tratamento correto e completo, feito por antibióticos, também é considerado uma forma eficaz de controle, pois interrompe a cadeia de transmissão. O tipo do antibiótico, a via (se por soro ou injeção) e a dosagem dependem das manifestações clínicas e da presença ou não de co-infecção pelo HIV, vírus da Aids. O tratamento de ambos os parceiros é muito importante na prevenção para impedir que ocorra a reinfecção, garantindo que o ciclo seja interrompido.
Dr. Hélio afirma que, em relação à sífilis na gestante e à sífilis congênita, é importante o diagnóstico precoce. “Um pré-natal qualificado pressupõe como rotina exames para o diagnóstico da sífilis no primeiro trimestre, de preferência já na primeira consulta”, explica.
“A melhor forma de se prevenir a sífilis é levar a conhecimento da população seus riscos, sintomas e principalmente suas formas de prevenção. Não se pode se proteger de algo que não se conhece. As pessoas devem procurar saber mais sobre seus parceiros e principalmente usar camisinha em todas as fases do ato sexual. A sífilis não escolhe aparência, idade ou classe social e a situação atual é muito preocupante”, finaliza Dr. Helio.
Assessoria de Imprensa do HCFMB via 4toques Comunicação
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