O Fantástico, programa da Rede Globo de Televisão, exibiu, recentemente, uma matéria sobre o sucateamento de 1.200 ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) que estão sem uso em todo o País. Mas na contramão do desperdício de dinheiro público e desrespeito aos direitos dos usuários do Serviço Único de Saúde (SUS) que ocorrem em outros municípios brasileiros, a Prefeitura de Botucatu tem mostrado que o SAMU pode sim contribuir com sistema público.
Iniciado em julho deste ano, o serviço completou no último dia 28 de outubro três meses de atuação no Município e já contabilizou mais de 4,6 mil atendimentos, que inclui orientações e procedimentos médicos passados pelo telefone 192. Deste montante, em mais de 1,6 mil ocorrências foi necessário o deslocamento de uma das duas ambulâncias: 1.241 (75%) através da Unidade de Suporte Básico (USB) e outras 417 (25%) atendidas pela Unidade de Suporte Avançada (USA) que abrange, além de Botucatu, outras cidades da região como Anhembi, Areiópolis e Pardinho, ou seja, uma população superior a 200 mil pessoas.
Os principais casos atendidos com sucesso envolvem pacientes que sofreram quedas, falta de ar, dores torácicas e crises convulsivas. Há também pelo menos 12 casos que envolveram pessoas com Acidente Vascular Cerebral (AVC) e que foram encaminhados ao Prontossocorro da Unesp de Botucatu. Devido ? agilidade do serviço, nestes casos puderam ser feitas a trombolise, procedimento de desobstrução da artéria do cérebro.
Tais números vêm em momento oportuno já que no último dia 29 de outubro se comemorou o Dia de Combate e Prevenção ao AVC. Segundo o Dr. Carlos Clayton Macedo de Freitas, neurocirurgião e professor da Faculdade Medicina de Botucatu (FMB), desde a implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência em Botucatu, dobrou o número de casos em que o procedimento cirúrgico para reversão do quadro de AVC é possível ser feito com sucesso. A questão tempo é fundamental no tratamento do AVC. A cada minuto que passa, são células neuronais que são perdidas. Por isso o impacto do atendimento do SAMU em Botucatu e região é muito grande nesses casos. Antes, era possível fazer o tratamento apenas em 10% dos pacientes que chegavam ao Prontossocorro da Unesp com a doença, e hoje esse percentual saltou para 20%, compara.
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