Foram mais de 43 mil ligações recebidas pelo na Central de Regulação do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) de Botucatu, através do telefone 192, que completou um ano de funcionamento na Cidade. Desse total fazem parte 21.959 atendimentos, 10.669 orientações, entre outras inúmeras chamadas telefônicas, inclusive trotes, que infelizmente somam mais de 2,1 mil casos, ou seja, 5% das ligações que trazem prejuízos ao sistema e a outros munícipes que deixam de ser atendidos no momento.
Parte da população ainda não entende o funcionamento (do SAMU). Ele não é transporte, muito menos uma consulta particular ou brincadeira. Ele deve ser acionado em situações graves mesmo como convulsões, por exemplo, comenta José Martins de Souza Neto, enfermeiro coordenador da Central de Regulação do SAMU em Botucatu.
Dos mais de 21 mil atendimentos na parte clínica realizados pelo SAMU de Botucatu, em 7,9 mil oportunidades houve a necessidade do envio de ambulâncias até o local. As principais ocorrências são motivadas por quedas (7%), falta de ar grave (6%) e crises convulsivas (5%).
A Unidade de Suporte Básico foi exigida 5.864 vezes enquanto que a Unidade de Suporte Avançada outras 2.129. A diferença entre as duas é que a Avançada funciona como uma mini UTI completa. Ela possui respirador, material cirúrgico e desfibrilador, ou seja, para casos em que há risco iminente de morte, explica Neto.
Além de Botucatu, o SAMU abrange outras cidades da região como Anhembi, Areiópolis e Pardinho, ou seja, uma população superior a 200 mil pessoas. E apesar de possuir apenas dois veículos o atendimento dentro da Cidade é exemplar. Entre o deslocamento da ambulância e o tempo de resposta efetivo do paciente são em média 12 minutos, menos que os 15 minutos preconizados pelo Ministério da Saúde.
Cada minuto equivale a quatro para quem está esperando. Por isso, quanto mais precisas forem as informações oferecidas pelo telefone maiores são as chances do SAMU salvar uma vida e isso é muito gratificante Não é a toa que a aceitação do serviço por parte da população supera os 80%, argumenta o coordenador da unidade de Botucatu.
O sucesso do SAMU está estreitamente ligado a eficiência e comprometimento da gestão municipal na área da saúde, que compartilha o serviço com o governo federal. Inúmeras cidades da nossa região estão pedindo a cobertura do nosso SAMU por ele ser referência e outras devolvem ambulâncias por não conseguirem manter o custo de operação que envolve salários dos profissionais e manutenção das viaturas. Neste sentido, a Secretaria Municipal de Saúde e Fundação UNI têm dado um suporte sensacional, atesta Neto.
A Central de Regulação do SAMU de Botucatu possui: dez técnicos de enfermagem; seis enfermeiros; 13 técnicos auxiliares de regulação médica; 14 médicos efetivos; 10 médicos plantonistas; cinco lavadores de ambulâncias; e dez condutores.
{n}Sobre o SAMU{/n}
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência é o principal componente da Política Nacional de Atenção ? s Urgências, criada em 2003, que tem como finalidade proteger a vida das pessoas e garantir a qualidade no atendimento no SUS.
A política tem como foco cinco ações: organizar o atendimento de urgência nos pronto-atendimentos, unidades básicas de saúde e nas equipes do Programa Saúde da Família; estruturar o atendimento pré-hospitalar móvel; reorganizar as grandes urgências e os prontos-socorros em hospitais; criar a retaguarda hospitalar para os atendidos nas urgências; e estruturar o atendimento pós-hospitalar.
O serviço realiza o atendimento de urgência e emergência em qualquer lugar: residências, locais de trabalho e vias públicas, contando com as Centrais de Regulação, profissionais e veículos de salvamento. Com o SAMU, tem reduzido o número de óbitos, o tempo de internação em hospitais e as sequelas decorrentes da falta de socorro precoce.
Ele funciona 24 horas por dia com equipes de profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e socorristas que atendem ? s urgências de natureza traumática, clínica, pediátrica, cirúrgica, ginecológico-obstétrica e de saúde mental da população, ou seja, dores no peito, convulsões, derrame cerebral, trabalho de parto, entre outros.
A ligação é feita ao telefone 192, sendo atendida por técnicos na Central de Regulação que identificam a emergência e, imediatamente, transferem o telefonema para o médico regulador.
Esse profissional faz o diagnóstico da situação e inicia o atendimento no mesmo instante, orientando o paciente, ou a pessoa que fez a chamada, sobre as primeiras ações. É muito importante que a população forneça as informações corretas pelo telefone para que o SAMU possa atender realmente quem precisa do serviço de saúde, com qualidade e rapidez.
Ao mesmo tempo, o médico regulador avalia qual o melhor procedimento para o paciente: orienta a pessoa a procurar um posto de saúde; designa uma ambulância de suporte básico de vida, com auxiliar de enfermagem e socorrista para o atendimento no local; ou, de acordo com a gravidade do caso, envia uma UTI móvel, com médico e enfermeiro.
Com poder de autoridade sanitária, o médico regulador comunica a urgência ou emergência aos hospitais públicos e, dessa maneira, reserva leitos para que o atendimento de urgência tenha continuidade.
Temporariamente, a Central de Regulação do SAMU, em Botucatu, funciona nas dependências do antigo ARE (Ambulatório Regional de Especialidades), na Avenida Santana. O projeto prevê a instalação definitiva no prédio onde já funcionou a Secretaria do Meio Ambiente, junto ? antiga administração da Fepasa.
Em casos de acidentes de trânsito a população pode ligar diretamente pelo número 193 do Corpo de Bombeiros. Para transporte de pacientes, existe a Central de Ambulâncias que pode ser acionada gratuitamente pelo 0800-772-1415.
{n}Quando acionar {/n}
Problemas cardiorrespiratórios graves;
Dor aguda no peito;
Convulsão;
Acidentes ou agressão com armas brancas ou de fogo;
Suspeita de derrame (AVC): alteração na fala ou na face e falta de força nos braços;
Intoxicação;
Queimaduras graves;
Crises hipertensivas;
Afogamentos;
Choque elétrico;
Desmaios;
Acidentes com traumas graves;
Trabalho de parto onde há risco de morte da mãe/feto.